c a p í t u l o q u i n z e

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E então, o monstro horrendo crava suas garras afiadas na pele fina e pálida do majestoso porém frágil herói

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E então, o monstro horrendo crava suas garras afiadas na pele fina e pálida do majestoso porém frágil herói.
A morte, entretanto, não é bem vista pelos protagonistas.
Eles a abominam mais do que aos demônios estranha e permanentemente presos em seu encalço.
Ah, os protagonistas...
Eles são capazes de matar a fera, ficar com a mocinha, a fama, a fortuna e a felicidade no final de tudo.
E (novamente) entretanto, se você assistiu filmes e leu livros o suficiente então você sabe...
Na tomada final, pouco antes das letras subirem, nas últimas linhas, os dedos sangrentos tendem a se mover sob a terra estéril.
A morte abomina o monstro.

Lincoln Forestry

Lincoln nunca esquecera do dia em que viu o ônibus azul rajado feito um tigre de alabastro, carregado de corvos sortidos, cruzando os postes antigos na entrada da cidade

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Lincoln nunca esquecera do dia em que viu o ônibus azul rajado feito um tigre de alabastro, carregado de corvos sortidos, cruzando os postes antigos na entrada da cidade.
     Eles eram ferozes como felinos e agitados como os pássaros... Ah, e tinham um costume estranho de migrar fora de hora. Alguns eram aquáticos, outros, terrestres, poucos se mantinham no ar.
     Seus feitos resultavam em tomadas incríveis! Fortes e sempre, sempre, sempre tão diferentes de todo o resto.
 

Era incrível fazer parte daquela manada de elefantes Dumbos. Mas, se olhasse muito de fora, nunca veria a si próprio como uma peça que se encaixa.
     Estranhamente, mesmo tendo uma visão enquadrada de ceneasta, vendo tudo de fora e de longe, Lincoln se encaixava. Talvez por ser mais um estranho, um tigre branco, um corvo barulhento, um elefante voador, um homem de ônibus azuis que não espera em pontos, que migra em outonos e volta em invernos, ou... somente pelo fato de estar lá.
     Lincoln não era um garoto normal. Nunca foi. Ele sempre fora agitado, hiperativo e foi só encontrar uma câmera para tudo piorar.
     Ele filmava os sapos de cabeça para baixo, pois pareciam balões verdes içando cordas para a mosca prendê-lo de volta ao chão. As borboletas, mortas no inverno, ganhavam uma música fúnebre, cantaroladas, em seus enterros sob nevascas. Os quadros dos tios trigêmeos, Alex, Alec e Alef,, voltados para espelhos, criavam uma legião de loiros barbudos com olhos de gelo.
     Em seus filmes, Raven Town era um monstro gigante de olhos malucos, que se separava em um bando de corvos muito pretos e asas curtas, com seus bicos estreitos e chilrear agudo. O guerreiro que derrotaria Raven Town era um gato branco, de olhos amarelos, que se escondia muito bem nos amontoados de sacos de lixo em baixo do tronco de uma árvore que continuava preso ao chão mesmo estando completamente podre. O monstro não era esperto, mas conseguia se espalhar por toda a terra. O guerreiro era um apenas. Ele era esperto, astuto, mas solitário. Uma andorinha só não faz verão, assim como um único gato não é capaz de matar um bando de corvos ligeiramente mais treinados em batalhas que ele.
     O guerreiro nunca conseguiu ganhar. Não até encontrar um amigo de guerra e os intestinos de aves misteriosamente parecerem junto a pingados de penas negras junto às lixeiras no quintal.

Os Garotos de Raven TownOnde as histórias ganham vida. Descobre agora