c a p í t u l o c i n c o

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Estamos dilacerados, como os corações na minha canção

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Estamos dilacerados, como os corações na minha canção. Somos todos partes desiguais que estão colidindo contra nada.
Nancy, quando eu disser que te amo, por favor, não duvide.
Estamos em quinze agora.
Quinze almas idiotas, as quais quem quer que seja não quis levar. Ainda.
Nancy, quando eu pedir para segurar sua mão, deixe.
A morte está em nosso encalço.
Nancy. Sinto tanto a sua falta.
Ela vai nos pegar.
E quando isso acontecer eu serei, finalmente, feliz ou infelizmente, uma parte podre de Raven Town.

— Eden Alfie


Quando Leo sumiu, Eden não percebeu, talvez fosse o único à não perceber

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Quando Leo sumiu, Eden não percebeu, talvez fosse o único à não perceber. Ele estava cantando uma música sobre a rigidez do pai, seus medos e as pessoas para quem não pôde dizer adeus.

Talvez por não ter percebido seu sumisso, talvez por medo de que, em algum lugar, ele fosse puxar seus pés, talvez por nada de mais, o refrão, aquela parte que se repete um pouco mais que as outras, tornou-se a frase que Leo lhe disse certa vez. Eden não conseguia lembrar dos detalhes, não totalmente, mas, se cantasse, talvez algo viesse à mente.

Eden queria ter dito a Leo que ele era realmente um bom amigo. Queria ter dito isso dois anos atrás, quando o amigo o salvou de morrer naquela droga de rio cheio de pedras, ou quando ele o impediu de fazer a maior burrada da sua vida — algo a ver com fumaça e pó branco e enlouquecer por uma vida inteira. Queria ter dito quando ele o encorajou a ir falar com Nancy, queria ter dito até mesmo enquanto Nancy o beijava e seus pensamentos se perdiam, de vagar. Mas, agora, esse Leo, o Leo que não conseguia conter os risos, o Leo que tinha medo de altura mas adorava escalar montanhas e morros gigantes e lamacentos, o Leo que odiava sorvete de morango e guardava as embalagens plásticas nos bolsos de seus jeans, esse Leo, está morto.

Ele não conseguia acreditar que todos estavam indo embora, que, uma hora ou outra, seria sua vez. Todas as pessoas que conheceu. Mortas. Todas as pessoas que quis conhecer, mas nunca teve coragem. Mortas. Todas as pessoas que conheceu, mas doeu e procurou esquecer. Mortas. Todas estavam mortas... Ele não queria acreditar. Não podia se dar ao luxo de acreditar. Isso o faria desistir. Eden não queria desistir. Ele queria poder esquecer estas, as que se foram. Queria não estar sofrendo por todas elas. Queria não as ter conhecido, não sofreria se não conhecesse. Mas desistir de encontrar uma resposta para aquilo? Isso nunca.

Os Garotos de Raven TownOnde as histórias ganham vida. Descobre agora