Capítulo 07 - Oportunidades

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Oie, pessoal! Como foi a páscoa de vocês? Espero que, apesar do momento não ser um dos melhores, tenham conseguido aproveitar um pouco. Pensar na importância da data. 🐰

Bom, como prometido, temos mais um capítulo. 🤗

Vamos entender o que a Priscila andou aprontando.

Ótima leitura!📕

Ótima leitura!📕

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"As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.

Elas sabem fazer o melhor das oportunidadesque aparecem em seus caminhos."

Clarice Lispector


Passar quatro dias sem contato com minha amiga estava deixando-me apavorada. Principalmente, porque, não a deixei explicar o que realmente estava acontecendo com ela.

Na última aula de música, aconteceram muitas coisas e, quando saí à procura da minha amiga, tinha um recado na recepção do conservatório, avisando-me que ela havia ido embora, por não estar sentindo-se bem. Senti uma culpa sem fim. Fui direto à casa dela, mas não encontrei ninguém.

Tudo aconteceu na quinta à tarde. Sexta pela manhã, Priscila não apareceu na escola. Fui até a diretoria e soube que sua mãe também não tinha ido. Minha intenção era sair e saber o que estava acontecendo, porém, a secretária comunicou-me que tinham viajado.

Era segunda-feira, me arrumava para a aula, ansiando chegar e conversar com ela. Pediria desculpas e a apoiaria no que fosse preciso. Ergui os olhos e vi meu irmão encostado ao batente da porta – me observando.

— O que foi, Carlos? Vai se atrasar — indaguei, calçando o par de tênis – sentada à beira do beliche.

Dois beliches ocupavam o quarto pequeno, e, embaixo deles, três colchões de solteiro. Dois dos meus irmãos pegavam os colchões e se acomodavam para dormir no andar de baixo. O resto dava um jeito de ficar confortável.

Carlos, com vinte e cinco anos, era o oposto do Cristóvão. Apesar de não ter tido muitas oportunidades, como todos, procurava se inteirar de tudo. Seus sonhos eram mais ousados. Até se arriscou a prestar vestibular em uma faculdade pública. Mas, infelizmente, com a base educacional das escolas públicas das periferias de São Paulo, as chances de ele conseguir eram quase nulas.

Independente do curso, a maioria dos que conseguem passar nas faculdades públicas, são aqueles que estudaram em escolas particulares. Claro que tem as exceções, no entanto, meus irmãos, que desde muito cedo, precisaram pegar no batente, dificilmente seria uma exceção. Em geral, nesses casos, só os gênios.

Nossa família sempre foi muito unida, cada conquista é uma comemoração. Seja ela grande ou pequena. Apoiamos como pudemos, quando Carlos chegou desolado, com o resultado do vestibular. Mesmo ele tendo estudado por horas, não foi o bastante.

Desafiando o Destino |DEGUSTAÇÃO|Where stories live. Discover now