Capítulo 17

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Oi gente!

Eu sumi por diversas razões, mas voltei pra finalizar a história.

Ela vai ter um salto temporal muito grande, me perdoem. Mas era necessário, pois é o único jeito pra eu finalizar.

Vitória

Eu já estava no oitavo mês da gravidez e tudo estava bem. Já havíamos escolhido o nome do bebê: Otávio. Ele mexia várias vezes ao dia e a cada segundo meu amor só aumentava.

A alegria da minha mãe não cabia dentro dela. Ela não parava de falar o quanto estava feliz, e como o casamento foi importante para unir nossa família. A Lívia estava super animada. Havia perdido as contas de quantas roupas, brinquedos e dezenas de outras coisas que eu nem sequer sabia que existiam, ela tinha comprado.

O espirito que nos rondava era o de união, alegria, amor. Todas as nossas palavras e atos exalavam essa essência que jurei jamais ser possível existir. Eu estava nas nuvens, porque além dessa situação, o meu amor pelo Ramon havia atingido um nível que eu não saberia explicar a extensão.

Mas tudo desmoronou quando ela me perguntou se eu queria ir ao shopping para comprar um cobertor que eu havia visto e não parava de falar. De pronto eu aceitei. Que mal poderia acontecer? Fui tão ingênua.

O Ramon me alertou, mas, é claro, eu não ouvi. Não fazia sentido nenhum. Por que ela me odiaria? Eu não tinha feito absolutamente nada. Só que eu estava errada. De alguma forma, que eu ainda não conseguia entender, eu havia insultado e destruído a vida dela. E, agora, ela faria isso comigo.

- A ironia disso tudo é que eu vou conseguir atingir todo mundo com uma cajadada só – ela disse rindo, enquanto amarrava minhas mãos e me prendia a uma coluna da casa.

- Você não acha que eu mereço uma explicação? – perguntei – O que você vai fazer?

- Eu vou te matar. Isso não é obvio? – ela disse me encarando. Eu conseguia ver o ódio inflamado nos seus olhos. Um rancor sem precedentes. Eu sabia que ela não estava blefando. Ela realmente iria fazer isso. Mas eu não queria acreditar.

- Você vai ter coragem? – perguntei tentando ganhar tempo. Quando percebi que havia algo de estranho mandei uma mensagem para o Ramon e liguei o GPS do celular. Eu torcia pra que ele tivesse visto a mensagem e estivesse a caminho.

- E você acha que não? O fato de você estar grávida não diz nada pra mim. Pelo contrário, só me faz ter mais raiva. A minha vontade é tirar essa criança de dentro de você e matá-la na sua frente – disse sorrindo.

Eu olhava em seus olhos procurando a pessoa que eu conhecia, a pessoa que eu amava, mas ela não estava mais lá. Só o ódio estava presente. E na sua forma bruta.

- Cadê seu celular? – ela perguntou enquanto procurava em minha bolsa.

Eu não respondi. Eu tentava a todo custo manter a calma. Eu sentia o Otávio se mexendo em minha barriga, e sabia que ele compartilhava a aflição que eu sentia. Não queria que meu filho, antes mesmo de vir ao mundo, experimentasse tal sentimento. Fechei meus olhos e tentei controlar a respiração, mas fui interrompida quando ela segurou meu rosto e gritou:

- ONDE ESTÁ O SEU CELULAR?

- No meu bolso – respondi, pois não havia mais saída.

Ela pegou meu celular e jogou no chão. Logo em seguida, com o salto de sua bota, pisou no aparelho até que quebrasse a tela, e continuou até ter certeza que ele não funcionava mais. Eu agradecia a Deus o fato dela não ter desbloqueado a tela, pois ela veria que eu havia mandado uma mensagem para o Ramon.

- Certo, certo... – ela falava sozinha – Você vai ficar aí – disse direcionado a mim – como se você tivesse escolha, né? – completou sorrindo.

- O que você vai fazer? – perguntei tentando ganhar mais tempo.

- Você vai saber logo. Não precisa ter pressa – ela respondeu com um sorriso vitorioso e saiu logo em seguida.

Eu tentava controlar minha respiração, mas a cada minuto meu desespero só aumentava e eu havia perdido as esperanças. Eu apenas orava pedindo que Deus salvasse o meu filho.

Algum tempo depois ela voltou com um galão. E então tudo clareou na minha mente. Estávamos em uma casa abandonada no meio do nada. Eu estava amarrada e presa a uma coluna da casa. Ela iria queimar a casa comigo dentro. As lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos sem que ao menos eu pudesse impedi-las.

- Se você quer me matar, me mate. Mas não faça mal ao Otávio. Ele não tem culpa de nada – disse chorando.

- E você quer que eu faça isso como? – ela respondeu enquanto jogava o conteúdo do galão pela casa – Quer que eu espere que ele nasça pra só então concluir o meu plano? – ela completou olhando pra mim – Eu não me importo com você e nem com essa criança – ela continuou enquanto tirava uma caixa de fósforo do bolso.

- Eu me entrego pra você depois que ele nascer, eu juro – tentei persuadi-la.

A única resposta que tive foi uma risada. Um riso de deboche, um riso que demonstrava que ela havia vencido. Mas o seu riso se desmanchou quando ela viu que eu estava sorrindo.

- Do que você está rindo? – ela perguntou séria.

- Solta ela agora, Lívia – o Ramon respondeu apontando uma arma para a cabeça dela.

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