CAPÍTULO 41

1.3K 59 7
                                    

GREG ON

Hoje fazia uma semana que eu estava na casa da minha mãe, ela disse que eu podia ficar aqui o quanto eu quisesse e eu particularmente não quero voltar pra casa ainda.
Estava ajudando a Davina a encaixotar as coisas do quarto dela, enquanto minha mãe terminava as coisas da sala, a maior parte da mudança já estava no caminhão, tinha ficado o básico pra gente levar no carro. Caroline trouxesse algumas coisas minhas pra cá durante a semana, ela vem literalmente todo dia aqui. Minha irmã me contou que ela não estava mais ficando lá em casa, que meu pai estava sozinho e isso me deixou meio mal, na verdade, ultimamente qualquer coisa que fala pra mim automaticamente já me deixa meio mal, sinto saudades do meu pai, mas toda vez que ele me liga ou manda mensagem eu simplesmente não consigo responder ou atender, é como se alguma coisa me travasse.
  Minha mãe passou a maior parte da semana grudada em mim, como se eu fosse desmoronar a qualquer momento, mas não posso reclamar disso, eu gosto de ter a atenção dela só pra mim. Não fui nem um dia da semana pro colégio também, não estava me sentindo bem e minha mãe dizia que era melhor eu ficar em casa, o que mostra o completo oposto do meu pai, ele só me deixava faltar se eu estivesse doente e olhe lá, ainda mais dessa vez, que estou quase reprovando. Tenho que me ligar nisso também, semana que vem eu vou pro colégio e vou dar meu máximo pra passar, não quero mais decepcionar ninguém...
Desço levando as caixas da Davina e as coloco no porta malas do carro, minha mãe desce logo atrás de mim segurando as últimas e assim fechamos o porta malas.

- Pegaram tudo? - Minha mãe pergunta olhando pra mim e para minha irmã.

- Acho que sim - Respondo.

- Ótimo! Então vamos - Minha mãe responde entrando no carro.

Entro logo depois da minha irmã e mamãe dirige até a nova casa. Elas passam a maior parte do caminho conversando e falando de onde colocar um tal quadro lá, já eu, passo o caminho todo em silêncio, passamos na frente da Specter Litt e vejo o Mike entrando no carro, carro que eu conheço bem, provavelmente meu pai já estava dentro. Sinto meus olhos marejarem só de lembrar dele, essa semana inteira tem sido horrível, eu sorrio e digo que está tudo bem, mas não está! Estou a semana inteira sem comer direito, só como quando minha mãe está olhando, porque eu simplesmente não sinto fome, meu corpo todo dói, mas é de cansaço psicológico, me dito completamente fraco. A maior parte das marcas da surra tinham sumido, minha mãe cuidou disso, só ficaram algumas pois acabaram ficando roxas.
  As a parte da mudança que estava no caminhão já tinha chegado, e já estava tudo dentro da casa, então o único trabalho que teríamos era de desempacotar tudo e colocar no seu devido lugar.
  Estou na sala ajudando minha mãe a mover os sofás e tudo, sinto uma franqueza repentina e vejo tudo girar na minha frente, me sento rapidamente e minha mãe corre na minha direção.

- Está tudo bem, minha pressão deve ter baixado... - Falo pra tentar não preocupa - lá.

- Você almoçou hoje? - Ela pergunta passando a mão no meu cabelo.

- Sim... - Minto, não tinha comido nada até agora.

- Faz o seguinte, sobe pro meu quarto que  é o único da casa que já está arrumado e descansa. Você deve estar cansado, depois eu te chamo pra vir jantar - Ela fala beijando minha bochecha.

Concordo com a cabeça e subo pro seu quarto, realmente era o único da casa que estava arrumando, os outros estavam todos pela metade. Deito na cama e sinto minha cabeça querer começar a doer, me forço a dormir antes da dor de fato chegar.

HARVEY ON

Uma semana... Faz uma semana que eu não vejo o meu filho... Quando Scottie me falou que ele estava com ela, ao mesmo tempo que senti alívio de saber que ele não estava na rua, me senti péssimo de ser trocado por ela.
Tentei falar com ele durante a semana, mas ou ele não atendia, ou simplesmente ignorava minhas mensagens, estava começando a aceitar o fato dele não querer mais saber de mim. Caroline também não está mais em casa, passou a semana inteira na casa do Derek e quando vem aqui mal olha na minha cara. Saber que eu estava perdendo meus dois filhos estava me matando aos poucos, nos primeiros dias tentei fingir que estava tudo bem, que ia passar logo, mas eu só estava me enganando, eu queria resolver essa situação, queria pedir perdão ao meu filho, queria ele de volta em casa, mas pra isso teria que engolir meu orgulho e isso não era uma tarefa muito fácil pra mim.
Ontem recebi uma ligação do diretor do colégio do Gregory, o diretor queria por quê ele tinha faltado a semana inteira... Respondi que ele estava gripado e preferi que ele ficasse em casa, ele ainda falou da preocupação com as notas dele, falei que estava ciente de tudo e que ele não precisa se preocupar.
Eu queria ir vê-lo, ver como ele estava, se precisava de algo, se estava comendo direito, queria conversar com ele, saber o que ele estava sentindo, queria simplesmente o ver, porém, não podia, Scottie me pediu um tempo, pediu para que eu deixasse ele ficar sozinho, esse tempo estava me matando...


CAROLINE ON

Derek tinha saído pra uma reunião da escola fazia umas 2 horas mais ou menos, eu estava sozinha no apartamento, deitada no sofá vendo um filme, confesso que não prestei atenção em nada do filme, minha cabeça está viajando, a semana inteira estou assim, não consigo me concentrar em nada direito.
Toda essa situação com o meu pai e o Gregory está mexendo comigo, saber que meu irmão não está em casa, toda a briga e a falta de controle do meu pai, eu não sei o que fazer, não consigo nem olhar na cara do meu pai, vejo meu irmão todo dia, mas essa situação toda... Eu queria conseguir resolver, mas não consigo... Eu sei que os dois não estão bem com isso, mas Greg deixa os sentimentos mais amostra que o meu pai, o " Senhor Specter" não é do tipo que deixa os sentimentos aparecerem e isso vai acabar destruindo ele.
  Me assusto ao ouvir a porta se abrir, Derek entra colocando a chave do carro em cima da prateleira e vem em minha direção.

- Se continuar pensando nisso, vai acabar ficando doente - Derek fala sentando e apoiando minha cabeça na sua perna.

- Acho que eu já estou... - Falo com pesar.

- Eles vão se acertar... - Ele fala passando a mão no meu cabelo - Sabe... Na idade dele, eu vivia em guerra com o meu pai...

- E ele era igual o meu pai? - Pergunto me interessando na história, Derek raramente falava da família.

- Bem parecido, qualquer coisa que saísse do esperado, era automaticamente minha culpa... E digamos que Peter não seja muito calmo... - Ele fala calmamente - ... Mas seu irmão é diferente, ele não o odeia. Eu detestava o meu pai e ele não fazia muito esforço pra mudar as coisas também...

- Amor eu não sabia... - Falo me sentando e apoiando minha cabeça no seu ombro.

- Não sinta. Não faz mais diferença pra mim... Mas era nesse ponto que eu queria chegar - Ele fala levantando meu rosto - Meu pai nunca deu a mínima pra mim, ele só queria manter o "status". Mas o seu pai se importa, ele só precisa deixar o seu irmão ver isso.

- Eu sei que ele se importa, mas o orgulho grita dentro dele - Falo revirando os olhos de pensar.

- Ele precisa passar por cima do orgulho, ou ele vai perde-lo aos poucos...

Derek tem razão, ele irá perde-lo se não passar por cima do orgulho, meu pai precisar entender isso... Mas agora sobre Derek... Sabia que ele e o pai não se davam bem, inclusive da vez que ele viajou para ve-lo, ele nem queria ir, não fazia ideia que era por causa disso.


////////////

Espero que gostem do capítulo e me contem o que estão achando 💞

 
 

Família SpecterWhere stories live. Discover now