CAPÍTULO 23

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CAROLINE ON

Trago meu irmão pra casa e nem sinal do meu pai por aqui, viemos a viagem toda em silêncio, senti que ele estava se segurando pra não chorar e preferi não fazer perguntas enquanto a gente estava no carro.
Assim que entramos em casa, seguro o braço do meu irmão para ele não subir as escadas e falo:

- Agora me conta o que aconteceu lá? - Minha pergunta foi o suficiente pra fazer ele cair em lágrimas, em poucos segundos seu rosto estava todo molhado já - Amor calma... - Digo o abraçando com força.

- Eu magoei ele Carol... Ele está chateado comigo, eu sei que está... - Ele afunda o rosto meu ombro soluçando de tanto chorar.

- Oh amor, magoar por que? - Pergunto passando a mão nas suas costas tentando o acalmar.

- Eu disse que queria tentar... Que queria dar uma chance pra ela... - Eu imaginei,  obviamente meu pai não lidou bem com isso.

- Se acalma, tá bom? Respira fundo e solta o ar bem devagar - Sua respiração no meu peito era bem acelerada, resultado do choro e dos soluço - ... Vai ficar tudo bem Greg, você sabe que ele é assim, daqui a pouco ele volta pra acertar as coisas.

- Eu juro que não queria magoar ele Carol... Mas ele não escuta o que a gente fala, só reage... - Ele não está mentindo, Harvey é assim mesmo, mas ele não faz por mal, ele só não sabe reagir as coisas que fogem do controle dele e isso está longe de ser saudável, mas ele se nega a procurar tratamento.

- Eu sei amor, mas não esquenta com isso, tá bom? Vai ficar tudo bem, eu prometo - Falo enquanto beijo sua testa, sua respiração volta ao normal, mas o choro continua silenciosamente.

- Você acha que ele tem medo? De tipo, eu querer ficar com ela - Aqueles olhinhos fixos em mim esperando uma resposta eram de morrer de amores.

- Medo? Harvey Specter não tem medo de nada! Só de aranhas... - Falo e na mesma hora da pra ver as covinhas no seu rosto por ele estar rindo.

- Você lembra quando a Donna colocou dentro da pasta dele? - Ele fala e cai na gargalhada. Era reconfortante ver ele rindo, as últimas das não foram muito fáceis.

- E você lembra que ele brigou com a gente? - Respondo rindo mais ainda só de lembrar da situação.

Estávamos rindo tanto de lembrar dessas brincadeiras de a Donna fazia quando o Greg era criança, só pra fazer ele rir, que não escutamos que meu pai tinha chegado e estava apoiado no balcão assistindo a cena.

- Isso, isso mesmo, riam da desgraça alheia - Ele se manifesta com um sorriso no rosto.

- Pare, porque depois o senhor também riu - Meu irmão responde ainda rindo.

- Pode até ser, mas antes levei um susto horrível - Aí ele não aguenta e ri junto com a gente.

Passamos a noite assim, vendo fotos antigas, vendo vídeos e lembrando das histórias e foi bom, muito bom na verdade, acho que a gente precisava disso, pra nos aproximar de novo.

HARVEY ON

Depois de passarmos a noite toda rindo e conversando, acabamos dormindo na sala mesmo.
Depois que eu saí do jantar daquele jeito, não sei o porquê, talvez instinto, fui para a casa da Donna. Contei a ela tudo o que tinha acontecido e ela abriu meus olhos, me fez enxergar todos os lados dessa história, claro, ela não me disse pra confiar cegamente na Scottie, mas disse pra confiar nele e sinceramente eu confio.
Prometi a Donna que procuraria um psicólogo, alguém pra me ajudar com essa situação e me ajudar a voltar a ter controle de mim mesmo. Também prometi a ela que resolveria as coisas com o meu filho, eu sei que ele não tem culpa de nada disso e também entendo ele querer dar uma chance pra ela, eu só preferiria que ele não quisesse nada com a mãe, mas como não sou eu quem decide isso... Não posso proibir ele de vê-la, não tenho esse direito.
  Acordo e vejo a situação em que dormimos, Caroline está deitada no outro sofá agarrada a uma almofada, já Greg e eu estamos no sofá cama, ele está dormindo com a cabeça sobre o meu braço enquanto o seu braço está em volta de mim.
Tento levantar sem acordar o meu filho, porém não dá muito cedo pois ele abre os olhos em minha direção meio perdido:

- Que horas são? - Ele pergunta coçando os olhos e se afastando de mim.

- 6:45 - Responde vendo o horário no meu celular que está do meu lado.

- Preciso tomar banho. Vai me levar? - Ele pergunta já se colocando de pé.

- Pra onde? - Eu confesso que meu cérebro ainda está dormindo.

- Pro colégio pai - Claro, o colégio...

- Levo sim, só preciso me arrumar - Digo me levantando também.

Subo as escadas, tomo um banho e troco de roupa, desço novamente e acordo a minha filha, que também sobe pra tomar banho. Fico na sala esperando Greg descer e aproveito pra pesquisar os psicólogos que tem na cidade.

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Será que com ajuda o Harvey vai finalmente conseguir se controlar?

Será que agora eles vão conseguir se entender??

E o Greg, vai mesmo uma chance para a mãe??

Família SpecterTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang