CAPÍTULO 37

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GREG ON

- Não sei querido, digamos que ele é meio "imprevisível".... - Minha mãe responde descendo do carro.

- Meio? - Falo rindo - Eu diria completamente.

Estava contando pra minha mãe sobre meu pai dizer que vai "pensar" se me deixa namorar ou não, enquanto ela dirigia até sua casa, como hoje eu não tinha aula em casa, meu pai deixou ela ir me buscar pra ficar com ela de tarde, ela disse que queria ficar comigo e Davina juntos, não liguei, afinal eu tinha contato com ela antes, se bem que... Pensando bem... Acho que já era a minha mãe.
Ela estava se mudando ainda, no caso, a gente ia ver todas casas que ela poderia comprar. A gente tinha vindo buscar a Davina pra almoçar e pois íamos ver as casas, ela disse que não quer continuar no apartamento, pois quer que a minha irmã tenha quintal e tals.

- Okay, só vamos torcer pra que ele deixe então - Minha mãe fala rindo e logo estaciona o carro.

Descemos do carro e vamos direto para o elevador, diferente da minha casa, o apartamento da minha mãe não tem o elevador como porta, pois são dois apartamentos por andar.
Assim que a porta do elevador abre, minha mãe pega a chave e abre a porta. Era um apartamento bonito, tudo bem minimalista e com cores claras, Davina está sentada no sofá da sala concentrada num jogo no celular.

- Davina está pronta? - Minha mãe fala colocando a bolsa  no sofá ao lado - Vem querido, não precisa ficar com vergonha.

- Não sei se vergonha é a definição exata - Respondo me sentado ao lado dela - Talvez... Sei lá... Diferente?

- Estranho? - Ela fala sugerindo.

- É! Estranho... - Falo concordando.

- Davina! Da pra falar com a gente ou tá difícil? - A menina não tinha nem notado a nossa presença na casa.

- Ah! Oi mãe - Ela responde levantando o olhar, só aí percebe a minha presença - Oi Greg...

- Oi.. - Respondo meio sem graça, na real, eu não sei me relacionar com criança, sei lá, é estranho.

- Podemos ir? - Minha pergunta olhando para ela.

- Podemos sim - Ela responde já levantando.

Saímos do apartamento da minha mãe e vamos até o estacionamento pra pegar o carro e ir até o restaurante.
Almoçamos em um restaurante perto da primeira casa que íamos olhar, o almoço foi legal, aquele "clima" sumiu, parecia  que já fazíamos isso a muito tempo, como se fosse rotina.
O restante do dia também foi bem agradável, visitamos três casas diferentes, todas eram muito bonitas, eu ficaria fácil em qualquer uma delas, mas foi basicamente um consenso entre a gente que a segunda casa era melhor, ela era grande, com dois andares, piscina, um quintal grande, enfim, era melhor.
Depois que vimos a casa fomos tomar café, numa cafeteria perto da última casa vimos, no café conversamos sobre a casa e como elas iriam decorar, fiquei meio na minha nessa parte, até porque não era minha minha casa.
  Quando terminamos o café, minha mãe já tinha ligado falando com a imobiliária e falar que queria ficar com a casa, ela me deixou em casa logo em seguida.

HARVEY ON

Passei o dia todo com o pedido do meu filho na cabeça, Greg é muito impulsivo, ele decide tudo pela emoção do momento, se todo mundo colocar pilha pra ele fazer alguma coisa, ele faz, não sei se um relacionamento seria uma boa agora... Toda essa história da volta da Scottie, eles tentando fazer dar certo, o acidente, a Valentina, tudo... Tudo isso afetou ele, e eu sei que fiz a minha parte nesse estrago todo, mas não posso deixar ele reprovar. Eu conheço o meu filho, ele vai pender pra um lado, a namorada ou a escola, e com certeza não vai ser pra escola.
  Eram quase 18:30 da tarde, deixo as pastas do caso na mesa da Donna, pra ela entregar amanhã, arrumo minhas coisas e vou para casa.
  Chego em casa e ela está silenciosa, passo na frente do quatro do  meu filho e vejo ele deitado com o celular e os fones, passo reto e vou para o meu quarto tomar um banho.
Demoro um pouco no banho, troco de roupa e desço, Greg está na cozinha, mexendo na geladeira.

- Achou o que queria? - Pergunto me apoiando no baú.

- Na verdade não, queria sorvete - Ele responde fechando a geladeira.

- Eu comprei não tem nem dois dias - Respondo incrédulo.

- Mas já acabou... - Ele responde mexendo nos armários.

- Eu nem comi! - Falo rindo.

- Demorou papai - Ele responde tirando um pacote de bolacha do armário.

- Tô vendo... - Responde me sentando na banqueta - Você não comeu ainda?

- Tomei café... - Ele fala dando de ombros e abrindo a bolacha - ... Mas ainda tô com fome.

- Você não tem fundo não? - Pergunto irônico.

- Acho que não - Ele fala rindo, mas logo para e me encara - Pai...

- Fale.

- Lembra que você disse que ia pensar... - Tava demorando pra ele tocar no assunto.

- Lembro.

- Então, já pensou? - Ele me olha fixamente, ansioso pela resposta.

- Não quer falar disso outra hora? - Falo tentando mudar de assunto. Eu sei que ele não vai gostar da minha resposta.

- Vai paiiii, eu não aguento esperar muito tempo - E vamos de briga de novo....

- Greg, eu não acho que seja uma boa agora - Falo decido, mas com a voz calma.

- Por que? - Ele pergunta com a voz se elevando.

- Filho, você precisa focar em estudar agora, precisa da sua atenção toda nisso - Respondo pacientemente.

- CONTA OUTRA! INVENTA OUTRA DESCULPA PRA NÃO DEIXAR EU VIVER A MINHA VIDA! - Ele grita, jogando o pacote na sua mão no chão.

- Okay! Não precisa gritar, sabe que não pode - Falo tentando manter a paciência.

- AFINAL DE CONTAS, O QUE PODE NESSA CASA? PARECE UM PRISÃO! - Os gritos vem acompanhados dos olhos marejados.

- Já falei pra parar de gritar! Tudo bem ficar com bravo, só....

- Só o que? O QUE PAI? VOCÊ NUNCA DEIXA EU FAZER NADAAA - Luto com todas as minhas forças, contra vontade de fazer ele ficar quieto.

- Se acalma Gregory! Não vamos chegar a lugar nenhum com esses gritos. É exatamente por esse tipo de comportamento impulsivo que eu não vou deixar - Falo firme e dessa vez com a paciência indo pelo ralo.

- Agora o problema é o meu comportamento? QUAL É PAI?! ADMITE QUE VOCÊ NÃO DEIXA EU FAZER NADA!!! - Ele grita indo em direção a sala - VOCÊ É UM IDIOTA! MESMO QUANDO EU FAÇO DO JEITO CERTO E TE PEÇO, VOCÊ NUNCA DEIXA!!!

- Do que foi que você me chamou? - Pergunto indo na sua direção e ele vai se afastando.

- Eu disse que você é um IDIOTA! - Ele grita as palavras na minha cara.

Agora minha paciência e toda a calma que habitavam em mim, foram embora. Seguro o braço do meu filho com força e o viro de costas pra mim, ele se bate pra tentar se livras do meu agarre, mas eu sou mais forte. Apoio minha perna esquerda sobre a mesinha de centro da sala e faço ele se apoiar de costas nela. Deixo uma palmada cair bem forte sobre as suas nádegas.

SLAP Me soltaaa!!!

Ele se debate muito pra tentar se soltar, mas o seguro com força e abaixo sua calça e cueca num puxão só.

SLAP Chegaa
SLAP Me largaaaa
SLAP aiiiii
SLAP paraa
SLAP ME SOLTA!
SLAP paii
SLAP auuu
SLAP aiiiii
SLAP  PARAAAAA
SLAP FILHO DA PUTA!

Paro imediatamente ao ouvir o palavrão vindo do meu filho, ele para de se debater e fica me silêncio, parece que bateu a consciência do que ele falou.

/////////

Oi gente!!! Sentiram falta?
Eu sei que eu sumo por uns quatro dias, mas eu fiquei sem ter como postar...
Espero que gostem do capítulo e não esqueçam de me contar o que estão acham da história 💞

O que estão achando do Greg com a mãe?

O que acham do Harvey não deixar ele namorar?

O que acham dele gritar com o pai?

Acham que o Greg mereceu?

Família SpecterWhere stories live. Discover now