20

1.5K 201 68
                                    

Stephen

Estava mais do que claro o incômodo da Ayla durante o almoço, mas eu não soube distinguir se ela estava brava pela Sophie, Olivia ou por causa das duas. Ela sequer olhava para mim, estava olhando fixamente para o lanche, evitando de olhar para frente. Mas eu respeitei o momento, até porque não queria criar uma briga no restaurante. Depois de "almoçarmos", deixei Olivia e Sophie em casa e vim até a casa da Ayla passar um tempinho com ela. Até agora ela não falou nada, só colocou o pijama, ligou a televisão e se sentou no sofá. Eu juro que estou tentando compreender o motivo da raiva dela, mas ela não me parece muito disposta a conversar sobre o que aconteceu no restaurante. Eu percebi nas cinco vezes em que ela foi no banheiro que ela estava bastante irritada, mas pensei que seria melhor não falar nada, e não falei até agora. Eu simplesmente me sentei no sofá e estou aqui olhando a televisão sem sequer saber o que se passa no programa.

- Hum... quer conversar sobre..

Ela não me deixa terminar de falar.

- Não.

- Nem sobre...

- Não.

Eu não pergunto mais, apenas me calo e entro debaixo das cobertas junto com ela. A primeira coisa que ela fez quando chegou em casa foi tirar os sapatos e ir correndo colocar o pijama dela, acho isso fofo. Ela de pijama é uma das coisas mais fofas do universo, ainda mais com as bochechas vermelhas por ter ficado exposta ao vento frio por alguns minutos enquanto aguardávamos o carro. Ela não está muito bem, seu nariz está vermelho e seus olhos quase fechando.

- Ayla, está tudo bem? Você está estranha desde que chegamos.

- Sim.

- Quer que eu prepare chá para você? Acho que você vai ficar resfriada, seu nariz está bem vermelho e seus lábios inchados.

- Não é resfriado, apenas frio. Ficamos quase cinco minutos lá fora esperando o carro, o meu corpo ainda está aquecendo.

- E você precisa de uma ajudinha?

- Com o que, Stephen?

O que deu nela, afinal?

- Para se esquentar, Ayla.

Ela não responde, continua olhando a tela da televisão. Ela está deitada na minha frente, exatamente do mesmo jeito que estávamos ontem antes de eu dormir e ela me abraçar. Talvez ela seja tímida em relacionamentos, por isso grande parte das vezes só toma atitude: ou quando não estou olhando, ou quando estou dormindo. Eu acabo de descobrir um ponto fraco de Ayla Spring? Oh, interessante.

Aproximo-me aos poucos e passo os braços por debaixo dos tela, abraçando-a pela cintura. Ela solta um suspiro baixo ao sentir meu corpo grudar no dela.

- O que você está fazendo?

- Ainda não conhece isso? Deixe-me te apresentar, Ayla, abraço. Abraço, Ayla - Sorrio.

Ela permanece em silêncio. Eu venho percebendo que ela, sim, é "carente" assim como todo ser humano normal, mas todo tempo ela tente fingir que não está sentindo nada para que as pessoas não pisoteiem o coração dela como já aconteceu com o ex namorado. Eu não consigo nem imaginar o quanto ela sofria na mão desse garoto, porque pelo que entendo, vítimas de relacionamento abusivo nem sempre percebem que são vítimas, então acabam colocando na cabeça de que, sim, tem que servir seus namorados como escravas e sofrer na mão deles para que eles continuem namorando. Isso ultrapassa dos meus limites, eu jamais conseguiria maltratar uma mulher como certos homens fazem. Não, isso definitivamente não faz o meu estilo e nunca fez! Os meus pais sempre me deram uma ótima educação, disso eu não posso reclamar, porque sempre fui guiado para o caminho certo e graças a Deus eu me tornei um homem bom.

Eu PrometoWhere stories live. Discover now