7.

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Ayla

E quem disse que eu entendi alguma coisa quando Stephen me defendeu na frente da mulherzinha estranha dele e de todos os curiosos de plantão que estavam nos olhando? Aquilo não passou pela minha cabeça, a única coisa em que eu pensava era que a morte estava cada vez mais perto e que com toda certeza eu seria presa por um roubo que eu não cometi. Eu tenho certeza de que quem colocou o anel no meu bolso foi a morena cismada, e isso me deixa com ainda mais raiva daquela mulher. Eu tenho dó de filha desses dois, deve viver um inferno com um pai insuportável e uma mãe cismada com a vida. Cruzes! Quando ele me levou para o escritório dele ontem à noite, confesso que quase me deixei levar quando ele estava com o rosto colado no meu pescoço, mas é claro que eu não daria o braço a torcer por um homem qualquer. Eu tenho todos os homens que eu quiser na minha mão, por que eu arriscaria logo no mauricinho chato? Não, nem ferrando.

Estamos jantando. Sim, eu aceitei que ele me pagasse um jantar em um de seus restaurantes caros, mas só porque eu estava com fome, porque se dependesse de mim eu já estaria em casa dormindo. Ele tem umas manias um pouco estranhas, agora a pouco ele simplesmente lambeu um restinho de molho que estava no meu rosto, e confesso que isso me deixou até um pouco desnorteada e, levemente, assustada. Mas se ele acha que consegue me provocar, vai ter que entender que precisará de muito mais para conseguir esse proeza. Tyler demorou mais de anos para conseguir ficar comigo, e olha que eu sempre fui atraída pelo tipo dele - bombado, cheio de tatuagens e carinha de mau, mas nunca quis dar uma chance. Todo homem que me conhece sabe que sou eu quem toma as iniciativas, então ele ainda tem muito o que aprender se realmente quer alguma coisa comigo. Eu não gosto de homens grudentos ou chatos igual ele, tudo tem que acontecer na naturalidade que Deus deu.

Stephen acaba de me deixar em casa, graças a Deus. Eu já não aguentava mais ficar olhando para a cara dele nesse jantar, ele é a melhor definição para tédio. Eu ainda estou tentando descobrir o que a Olivia tento vê nele, mas ainda não encontrei e acho que não encontrarei tão cedo.

Na manhã seguinte tive o azar de ter que ir ao hospital em meio a nevasca forte apenas para buscar uns exames de saúde que fiz. A minha mãe tem Cardiopatia, e é claro que eu também tenho a mesma coisa que ela. Nenhum dos dois me passaram coisas boas, apenas doenças para eu ter que me ferrar junto deles. A cardiopatia é nada menos do que uma doença cardíaca que afeta o coração e os vasos sanguíneos. Constantemente eu tenho que vir ao hospital para saber como está a minha saúde, porque se eu não me cuidar bem, isso me afeta. Eu nunca contei para ninguém sobre isso, até porque sei que as pessoas vão me olhar com pena e não é isso o que eu quero para a minha vida! Eu procuro me divertir sempre, todos os dias. Foi por esse motivo que eu procurei um trabalho mais divertido, porque sei que hora ou outra eu posso simplesmente sumir do mundo por um deslize de batimentos.

Enfim, chega de drama.

Pego um copo de café na recepção e saio em meio a neve forte de inverno, correndo até o carro de Tyler. Eu odeio essa estação, é sempre tão difícil trabalhar em dias de nevasca.

- E aí? - Tyler estende a mão para tocar a minha.

- E aí o que?

Ele também não sabe sobre o meu "problema". Eu disse que apenas viria fazer uns exames de rotina para conferir se está mesmo tudo bem com a minha saúde.

- Como está a sua saúde, moça? Você sabe que eu não consigo viver nem cinco dias sem você.

- E quatro você conseguiria? - eu implico, olhando-o enquanto ele dirige com total atenção para não acabar rodando o carro pela pista cheia de neve.

Eu PrometoTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon