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Ayla

Onde é que aperta para voltar para o ensino médio onde eu morava com os meus pais e não tinha que fazer absolutamente nada?

Eu queria entregar uma introdução sobre a minha vida, mas não há nada de tão interessante para contar, eu acho. Eu sou uma garota típica americana, nem muito alta, nem muito baixa. Cabelos escuros, olhos azuis e muita irritação. Sou filha única; tenho pais separados e um pouco desajuizados; conclui o ensino médio com dezenove anos por ser extremamente desatenta as aulas e, por último mas não menos importante, consegui o meu primeiro trabalho há um ano. Eu nunca fui muito concentrada, então procurei um emprego que fosse mais ou menos o meu perfil: barista. Eu apenas mexo bebidas e recolho pedidos do pessoal da boate, não é nada de mais. As vezes eu fico assistindo as meninas dançando no palco junto com os gostosões, e é claro que fico mais fixada com isso do que com os próprios clientes aguardando pela bebida.

Tyler é meu melhor amigo desde que entramos no pré-escola. Nossos pais se conhecem há bastante tempo, então crescemos como irmãos já que somos filhos únicos. O que seria de mim sem o Tyler? Bom, tecnicamente eu estaria largada por aí sem ter o que fazer. Foi ele quem me arrumou o emprego no Wylie Club, um dos mais movimentados de Atlanta. Se trata de um bar francês, o dono quase nunca vem visitar aqui. Eu nunca cheguei a vê-lo, mas Tyler diz que ele se parece com a amostra grátis do céu. Eu desconfio que seja apenas exagero dele, mas fazer o que?

- Deveria parar de refletir sobre a vida e me ajudar a carregar as bebidas até o bar - Tyler reclama quando passa por mim com uma grande caixa cheia de vodka. Mexo meus pauzinhos e subo imediatamente para ajudá- lo a descarregar as bebidas no bar.

De acordo com as nossas estatísticas, segundas feiras são sempre mais agitadas por aqui. Deveria ser ao contrário, sábados e domingos lotados e durante a semana um pouco menos.. mas isso raramente acontece! Esse lugar está sempre cheio, eu me sinto sufocada de vez em quando, é muita pressão em olhares furiosos me cercando para que eu prepare logo a bebida. Mas eu faço questão de demorar em certos casos, as pessoas precisam aprender a ser um pouco menos insuportáveis. Eu não levo desaforo para casa, não mesmo.

- O que há de especial no dia de hoje?

- Está mesmo me perguntando isso? Ayla, hoje é o começo dos jogos de inverno.

-E qual a necessidade das pessoas virem até aqui? Ah, que saco - cruzo os braços, desacreditada.

Mais de duas mil pessoas confirmaram presença aqui no bar essa noite. Eu mal posso esperar a hora de ir embora para a minha casa.

- A necessidade é que todos gostam de se reunir em momentos como esse, querida. Então, vá se acostumando, essas coisas são assim mesmo! - Eu já estou mais do que acostumada com esse lugar, só não sabia que as pessoas eram tão imbecís em querer assistir jogos em pleno inverno! Eu estaria embaixo das cobertas.

- sabemos, querida. Agora, menos enrolação e mais ação! Ainda temos quinze caixas para descarregar do caminhão e estamos parados aqui conversando.

Meus braços estão doendo um pouco por descarregar cinco caixas cheias de bebidas do térreo até o segundo piso. Tem dois bares na boate, ou

seja, eu e Tyler trabalhamos na parte VIP - fica no segundo piso - Harlow e Luna trabalham no piso inferior, no bar normal, fica na pista. Não há nada de diferente, apenas acho que as pessoas daqui de cima são um pouco mais rudes do que o comum. Sempre que demoramos um pouquinho elas se irritam e vão falar com o nosso superior, Davy, o inferno em forma de ser humano. Ele é insuportável!

Eu PrometoWhere stories live. Discover now