sleeping on the floor - jjk x pjm

parte um

dedico esse a capitulo a hopelandx

Essa é a história do garoto mais legal e intenso que eu já conheci em 24 anos de vida.

Ele se chamava Park Jimin e, na época, tinha 23 anos. Eu tinha 21.

A verdade é que Jimin e eu estudávamos juntos no ensino fundamental, e nós, bem... nos gostávamos. Bastante. Nos gostávamos o suficiente para namorarmos por um tempo. Mas, devido a idade, tivemos de terminar. Ele foi para Seul e eu fiquei em Busan, mas isso não foi exatamente um problema, era o que ele queria fazer. Jimin se dedicou ao seu trabalho na dança na capital, e eu segui com a minha carreira de fotógrafo. Uma carreira meio fracassada, mas que me fazia muito feliz.

Depois de alguns anos sem notícias, descobri que ele estava de volta a cidade para o funeral de seu irmão, Jihyun, devido a problemas de saúde.

Ele teve câncer. no pulmão.

Os Park eram pessoas muito boas, de boa índole, calmos e gentis. Só tinham um grande problema que era a genética: uma considerável parte dos membros da família possuíam uma predisposição para contrair câncer devido a hereditariedade, excepcionalmente câncer de pulmão. E eu me preocupava demasiadamente com Jimin por isso.

Certamente que quando ele se foi perdemos contato e, eventualmente, fui esquecendo de seus problemas de saúde, não completamente. Mas sempre que caía a noite e a luz da lua preenchia meu quarto escuro, e eu caminhava até a janela para admirá-la, pedia silenciosamente para que jimin estivesse sempre bem, e que a lua cuidassem bem dele. Ao vê-lo de volta a cidade, eu pude notar e contemplar meus pedidos foram muito bem atendidos. fiquei feliz de revê-lo depois de alguns anos. meu coração ficou feliz também.

Quando soubemos da morte de Jihyun logo nos prontificamos a prestar condolências a família Park, principalmente a Jimin que fora nosso colega - e meu ex namorado - durante a escola. Além disso, Jihyun sempre ia nos visitar quando tinha tempo. Achávamos ele um cara incrível, forte e muito bonito, era como um ídolo para as crianças da oitava série. Ia buscar Jimin em seu oldsmobile vermelho desbotado, sempre escutando alguma música dos Beatles ou algum grupo feminino de kpop, usufruindo do seu enorme acervo de camisas de anime e de suas calças surradas, e sorrindo. Jihyun estava sempre sorrindo.

Ele era alto, tinha um corpo musculoso, porque apesar de ser um cara muito tranquilo e viver a vida na sua própria frequência, adorava ir a academia. Seu rosto sempre estava corado, maquiado e suas tatuagens sempre estavam retocadas, era exatamente como muitos de nós gostaríamos de ser, descolados daquela forma. Jihyun era um cara completamente fascinado pelo espaço sideral, tudo que eu sei sobre isso foi porque ele me ensinou, e me ajudou a estudar sobre. Um dia, Jimin saiu sozinho da escola e foi até a parada de ônibus. Jihyun não ia naquele dia.

Não foi nos próximos dias também. Nem no mês seguinte.

Jimin nunca nos falou o que estava acontecendo com ele ou com a família. Isso me irritava um pouco. Jimin não era o tipo de cara que falava sobre seus problemas, nunca foi. Ele preferia se fechar, ficar sozinho com seus fones de ouvido, observando o céu estrelado e deixar com que se resolvessem sozinhos. Me irritava não poder ajudá-lo. Me irritava o fato de alguma coisa tirar seu sorriso do rosto, que era tão lindo. Mas eu seguia ao seu lado, ainda que somente como seu amigo.

No dia 13 de outubro de 2011, no aniversário de 16 anos de Jimin, Jihyun apareceu na escola. Ele desceu do carro, foi até o corredor principal segurando um bolo que dizia "feliz aniversário, Chimmy" e uma vela pequena. Ele estava magro, pálido, com olheiras fundas, sem maquiagem, de máscara. De boné. Foi a primeira vez que vimos Jihyun depois de longos seis meses. Foi a primeira vez que vimos Jimin chorar em público, abraçado ao irmão. A cena era linda, mesmo que não estivéssemos entendendo o motivo do choro, já que Jimin nunca havia nos deixado vê-lo daquela forma, mas não deixamos de aproveitar seu 16° aniversário, como se nada tivesse acontecido. No entanto, sabíamos que tinha algo diferente envolvendo aquele momento.