8 - Super lua de sangue

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     Dia 25 de setembro de 2015, faltava apenas dois dias para a tão esperada super lua de sangue, eu já estava para arrancar os cabelos pensando no que fazer na hora da consagração, e ainda tinha na cabeça a jovem desaparecida que foi queimada, provavelmente viva, e fui proibido pelo meu instrutor a falar sobre o assunto com qualquer pessoa. nesse mesmo dia ao anoitecer observei a lua cada vez mais crescente, logo ela levantaria grande, cheia e com uma coloração um pouco mais escura, não vermelha como todos falam ou como vemos no cinema.
     Escolhi com cuidado cada símbolo que eu usaria no meu círculo, não tem um padrão a ser seguido, o necessário é um pentagrama, dentro de um círculo com 5 símbolos distintos.
     No dia seguinte dia 26 na véspera da minha entrada oficial no clã local (que eu não conhecia ainda) estava cada vez mais perto de acontecer. Era domingo, e aproveitei cada minuto do dia relaxando em um parque ecológico da cidade, deitei na grama, senti o sol em minha pele (embora eu prefira o toque da lua), e absorvi toda energia boa que aquele lugar oferecia.
    No dia seguinte, dia 27, eu decidi que não iria para a faculdade, iria me dedicar totalmente ao que eu devia fazer para me entender cada vez mais. Não vi Afonso aquele dia, mas sabia que ele esperava que eu fizesse logo. Ao fim do dia, próximo das 18:30h ela se levantou no horizonte, a lua estava enorme mais brilhante, e mais escura, um tom de alaranjado. Eu sabia que tinha poucos minutos antes que o eclipse começasse, abri a janela e deixei a luz da lua entrar, o telefone tocou, era Afonso, ele disse.
- Venha até a porta, tenho um presente.
     Quando abri a porta ele me entregou uma sacola, abri havia 5 velas pretas.
- Achei que poderia usar as brancas - disse eu.
- E pode, mas velas especiais para um dia especial, se apresse. Preciso ir! E saiu.
     Já no quarto fiz o círculo e o pentagrama com giz e os 5 símbolos, e cobri com sal grosso, em cada ponta do pentagrama uma vela, as acendi, olhei pela janela e lá estava, uma sombra cobrindo a lua, o eclipse. A energia que senti aquele momento era inexplicável, meu livro estava no centro. Peguei uma pequena faca e fiz um pequeno corte no pulso, meu sangue estava quente pude sentir devido a pele fria que por causa do poder da lua. Então usando uma caneta, molhei a ponta no sangue que se aglomerou no chão e escrevi "Victor Gomes", logo estava seco. Virei a outra página e escrevi a data, a fase da lua, e tudo o que senti naquele momento, o quarto escureceu, a lua está completamente coberta pelo eclipse. Aguardei, enquanto sentia o mundo ao meu redor em silêncio.
     Aos poucos o quarto se clareou novamente, a luz da lua ficou mais forte, e eu me senti forte também. Agora eu sou um bruxo.

O Livro das SombrasWhere stories live. Discover now