CapítuloRegistros Arcanos - Tomo MCMXL de Avignon continuação

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Tudo então se desenrolou na mente de Sive sua ancestralidade e como tudo aconteceu... Tudo começou a ficar claro... E se passava como um filme mas, vívido... Imagens materializavam-se em sua mente e mostraram seu lar original, um planeta que ficava próximo a estrela Alcyon, da constelação de Touro e se chamava Dalynoor, que na língua ancestral significava: lar supremo.  Igualmente magnífico e dotado de uma tecnologia muito avançada, mas que acabou sendo devastado por uma guerra nuclear catastrófica, o que gerou uma crise ambiental irreversível que iria dizimar toda vida que ainda restava naquele planeta. 

Sendo pressionadas por esse futuro sombrio, as pessoas que ainda restaram construíram grandes naves espaciais e enviaram as últimas pessoas saudáveis para colonizar um outro planeta, recém descoberto em um outro sistema, no caso Lira, e que ficava próximo a estrela Vega. Esse novo planeta se chamaria: Avignon,  que na língua ancestral significava: Esperança. 

As pessoas que vieram para Avignon se intitularam: Legisladores e vieram decididos a edificar uma sociedade justa, igualitária, universal e solidária,  isso para evitar que novas guerras devastassem esse outro planeta também, e para isso, empregariam todas as suas forças. 

E assim fizeram, tanto que cidades magníficas floresceram, sendo a capital que também se chamava Avignon, a mais espledorosa e isso foi possível pelo fato das pessoas terem uma grande determinação, conhecimento e longevidade (algo em torno de 2000 anos de nosso tempo), assim tiveram todas as condições para edificar e depois zelar por tudo aquilo que foi construído. 

Os legisladores estabeleceram a Lei, um código que regia todos os aspectos da vida nesse novo mundo, sendo assim, a vida em Avignon era tranquila pois existia a Lei. E os desígnios da Lei eram meticulosamente observados e mantidos pelos Legisladores. Assim, as novas gerações já nasciam sob a Lei e eram ensinados e condicionados sob sua égide. Portanto, não havia necessidade de roubar pois a Lei garantia subsistência a todos e tudo era perfeitamente distribuído. Não havia necessidade de matar, pois não havia grandes conflitos. Os casamentos eram observados sob uma alta tecnologia que garantia uma enorme compatibilidade entre os casais bem como a vocação de cada um dos habitantes. Não havia preconceito e as pessoas podiam se expressar livremente e a Lei garantia os limites de cada um. As doenças foram dominadas pela tecnologia que era de uso universal e fraternal, sendo assim, praticamente todos morriam pelo avançar da idade. Os recursos do planeta eram plenamente reciclados e usados com racionalidade e, também, de modo planificado era o controle do número de habitantes do planeta. Enfim,  uma utopia na qual sucessivas gerações viviam, deixando o horror do que aconteceu no lar original como uma lenda ancestral. 

Em Avignon tudo era Planificado... Racional... Sábio... Equalitário... Tudo mantido pela Lei que era resguardada por gerações e gerações de Legisladores... A perfeição era tanta que as novas gerações chegavam a duvidar que, algum dia, houvesse tido uma catástrofe como a ocorrida em Dalynoor. 

Tudo transcorria bem, até que um dia... Imensas naves negras aportaram subitamente à órbita de Avignon, como que, misteriosamente, materializadas, dotadas de uma tecnologia superior a qualquer coisa vista ou imaginada... E uma mensagem vinda dessas naves ecoou em toda Avignon:

Saudações povo de Avignon! Sou Heylel e venho em paz!

A Última BansheeWhere stories live. Discover now