Registros Arcanos - Tomo MCMXL de Avignon

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Riona desapareceu no astral, o que deixou Sive aflita:

—Riona!— Onde você está indo?

—Mantenha calma criança precisamos ir onde tudo começou. Disse Riona, reaparecendo bem à frente de Sive e completou:

—Apenas me acompanhe.

—E como faço isso Riona... —Mal consigo me locomover nesse plano.

—É muito simples Sive, e nunca se esqueça... —No astral estamos onde nosso pensamento está... —Basta pensar em mim que estará próxima a mim... —É assim que viajamos no astral, através do pensamento, por isso muitas pessoas se perdem no astral, o pensamento dessas pessoas não vai além do bar que frequentavam, da empresa que construíram ou de alguém de quem sentem falta... —São seres dignos de pena que, perdidos em pensamentos muito limitados, acabam restritos a um pequeno nicho neste plano... —É uma dimensão muito densa e quando se está preso em algo assim a sensação que se tem é a de que se está atolado num charco e por isso a dificuldade em se conseguir locomover.

—Portanto, criança, pense em mim com todas suas forças!

Riona desapareceu novamente e Sive se concentrou com firmeza em Riona. Quase que instantaneamente se viu transportada ao espaço sideral bem à frente de um planeta azul prateado  que não era a Terra embora fosse muito parecido. Sive, visivelmente espantada, perguntou a Riona:

—Onde estamos e que planeta é este?

—Onde tudo começou, filha... Esse planeta chama-se Avignon, estamos na constelação de Lira e aquela estrela brilhante chama-se Vega. Esse planeta já foi o nosso lar... —Ainda é para alguns de nós que ainda não foram semeados.

—Semeados, Riona... —Como assim? —O que preciso ver aqui?— Quem somos ? Eram tantas perguntas que brotavam em meio a sensação de familiaridade que vinha do íntimo de Sive, algo que indicava que ela pertencia de algum modo a tudo aquilo.

—Criança, sei que são muitas perguntas mas, as respostas virão assim que acessarmos os  Registros Arcanos apropriados; vou lhe mostrar mantenha atenção focada e... —Veja!

Sive se concentrou e, então, todo aquele cenário se deslocou no tempo. Era o mesmo lugar mas, em outra era, num passado distante. Ela simplesmente sabia porque tudo transparecia em sua mente e transcorria como memórias, mas com sensações vívidas. 

Sive pôde ver seu povo habitando em magníficas cidades com edificações imponentes, magníficas torres prateadas recortando um horizonte esculpido num belíssimo céu azul turquesa. Sive não se conteve:

—É lindo e é como se eu pudesse reconhecer, parece tão familiar... —Como se eu já houvesse vivido uma vida inteira aqui... —Era o nosso lar?

—Sim criança, de nossos ancestrais, antes da intervenção de Heylel... —Se concentre criança que o que foi registrado lhe será revelado... —Se concentre...





A Última BansheeWhere stories live. Discover now