Capítulo 3 - Uma conversa muito necessária

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— Não faço ideia se meu telefone tem um segundo slot para isso. – Ele levantou uma sobrancelha. – Não é algo importante para mim, ok? – ela adicionou. – E, na verdade, não acho que seria uma boa ideia. Eu poderia me atrapalhar e mandar uma mensagem do meu número civil. Seria um desastre.

Ela tinha certeza que isso iria acabar acontecendo. Ela teria que prestar muita atenção ao número que ele estava contatando. E se ele ligasse para Ladybug quando Alya estivesse por perto? Intrometida como Alya era, ela iria ficar prestando atenção na conversa. Não. Perigoso demais.

— Certo. Isso pode acontecer. Especialmente quando se está com pressa. Um segundo telefone? – ele perguntou timidamente.

— Bem, não seria fácil explicar por que eu preciso de um segundo telefone para meus amigos. Hummmm, que tal um desses aplicativos que dá para enviar mensagem sem um número de telefone? Eu usaria apenas para enviar mensagem para você, para que não fosse um problema.

— Boa ideia. Podemos criar as contas e trocar nomes de usuários na próxima patrulha.

— Parece bom. Agora, as regras para usá-los.

— Sim. Claro, as regras. Vá em frente – ele disse friamente.

— Eu geralmente procurava o Mestre Fu quando era extremamente necessário. Principalmente quando precisávamos de ajuda e eu tinha que pegar um Miraculous. Como agora eu tenho a caixa, esse nem é o caso. Mas algo pode surgir e impedir que você se transforme. Seria bom eu ter um alerta e poder pedir ajuda com antecedência.

— As únicas vezes em que não apareci foram as que eu era o alvo. Eu faço o melhor que posso para estar lá para você. – Ele tinha uma pitada de mágoa na voz.

— Eu sei que você faz. Estou surpresa que você consiga ser um super-herói com sua agenda lotada. – Ela tocou o joelho dele de forma tranquilizadora.

— Não é uma tarefa fácil. Principalmente quando estou em uma sessão de fotos em ambientes fechados longe do ataque, mas eu dou um jeito. – Ele deu uma risadinha.

— Bem, o problema é que agora você tem uma namorada e vai ter dificuldade em escapar de encontros e coisas do tipo. A menos que você queira que ela pense que você está traindo ela.

Ele mordeu o lábio.

— Kagami não é minha namorada. Eu disse que estou saindo com ela, mas ainda não pedi a ela para ser minha namorada. Eu não consigo. Eu ainda tenho esperanças de que você... – Adrien desviou o olhar dela, olhando para a cidade. – Talvez agora que você sabe quem eu sou você... – Ele baixou o olhar para as mãos em seu colo.

De repente, Ladybug não conseguia respirar, com o coração comprimido sob as costelas. Ele ainda a queria. Se Chat Blanc não tivesse acontecido, ela poderia simplesmente ignorar o fato de que era Ladybug que ele queria, e não Marinette. Ele amaria Marinette quando soubesse que ela era sua Lady. Talvez tenha sido assim que eles ficaram juntos naquela outra linha do tempo. Seu estômago contorceu desagradavelmente, ela sentiu náuseas. Deus, talvez ele só amou Marinette porque ela era Ladybug e ela nunca saberia a verdade.

— Adrien, – ela mordeu o interior da bochecha para não chorar – nada mudou. Meus sentimentos não mudaram. – Era verdade. Chat Noir ou não, ela ainda o amava, mesmo que ele amasse apenas um lado dela.

Adrien suspirou desanimado.

— O outro cara. – O outro cara é você, ela queria gritar. – Eu não posso competir, não é? – Ele se levantou abruptamente e segurou-se na grade, a cabeça baixa, sem dúvida segurando as lágrimas.

Ladybug não sabia o que fazer. Como ele poderia pensar que não podia competir? Ele era Adrien Agreste, pelo amor de Deus. Ela não podia dizer isso. Ele não gostava de usar seu status de modelo e, acima de tudo, não era por isso que ela o amava. Ela se aproximou dele, estendendo a mão para tocar seu ombro, mas a retirou no último instante, decidindo se segurar no parapeito também.

O peso de ser um GuardiãoOnde histórias criam vida. Descubra agora