Esse capítulo pode ser um pouco sensível, mas não há nada explícito e nenhum mal é concretizado. Cuidado com o que for comentar!
O som dos passos apressados ecoava atrás de mim, cada vez mais próximo e ameaçador. Enquanto meus saltos pareciam ressoar como um eco solitário, penetrando na quietude do corredor, feito batidas letais, de modo que o próprio lugar sussurrasse segredos que preferia manter ocultos.
Os olhos dilatados pelo pavor, a respiração trêmula, incapaz de dizer o quanto meus pulmões queimavam, o medo me empurrando ao limite. A luz tênue dos corredores lançava sombras distorcidas pelas paredes e em todas elas eu o via chegando mais perto.
— Não pode fugir de mim pra sempre, querida Lauren! Eu paguei por isso e a terei. — Eu tinha que continuar correndo, parar e gritar não ajudaria, não havia ninguém naquele lado. Até que o clássico aconteceu, um dos meus saltos quebrou e caí de joelhos sentindo a dor aguda ao torcer o pé. O som do impacto ecoou pelos corredores como um grito de socorro silenciado. Puta merda!
Horas antes...
Débi entrelaçou seus dedos aos meus enquanto atravessamos pelos corredores do internato, que milagrosamente estava quieto, anormalmente quieto. Era final de semana, e normalmente, naquele horário, o toque de recolher era pouco mais tarde, eu esperaria encontrar muitos alunos espalhados pelos arredores.
— Onde tá todo mundo? — Perguntei um tanto apreensiva.
— Os descolados na festa, os manés dormindo. Você estranhou por que não está dormindo hoje? — Cerrei os olhos para ela, sempre com suas piadinhas idiotas.
— Onde é essa festa? — Questionei.
— Em algum lugar entre "fica quieta e espera chegar". — Resmungou impaciente. Por isso nunca íamos a festas juntas.
Eu não gostava delas, me mantinha deslocada, com cara de poucos amigos, e Débi, sempre que ia comigo, queria curtir comigo. No final ela acabava tendo que tomar conta de mim a noite inteira abdicando de toda sua diversão.
Atravessamos a floresta e caminhamos por uma eternidade. Já deveríamos ter ouvido vozes e música, mas o único som que chegava até meus ouvidos era o farfalhar das folhas.
Confusa, perguntei a Débi o que estava acontecendo, ela apenas sorriu misteriosamente e continuou a guiar o caminho, até chegarmos à clareira GrooveGrove. O primeiro nome referia-se a um ritmo de batida de música que os demais julgavam particularmente como cativante e envolvente. Já o segundo nome tinha haver com floresta. Acho que tentaram um trocadilho que desse sentido ao espaço festivo da floresta. Até que foram criativos.— Surpresa! — Fui surpreendida por luzes repentinas e gritos, balões coloridos flutuantes e muita gente.
— Feliz aniversário, amiga. Eu disse que era a sua noite. — Um sorriso de canto a canto cortou seu rosto. Não queria decepcioná-la dizendo que não precisava ter arquitetado toda uma festa daquele nível para mim, mas eu me calei, engolindo minha tendência à antissocialidade e a abracei calorosamente.
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MEᑌ ᗪOᑕE CᗩTIᐯEIᖇO
RomanceSᴇus oʟнos, ʟáʙιos, cᴀʙᴇʟos, ᴇɴтʀᴇʟᴀçᴀᴅos coмo ᴘᴇʀsoɴᴀԍᴇм ᴇм uмᴀ ᴘᴇçᴀ ᴅιvιɴᴀ, ʟᴀɴçᴀʀᴀм-ɴᴀ ᴀ uм ᴀʙιsмo ᴅᴇ ᴅᴇsᴇנo ᴀʀᴅᴇɴтᴇ. No ᴘʀιмᴇιʀo oʟнᴀʀ, o coʀᴀção ᴅᴇʟᴀ, ouтʀoʀᴀ sᴇʀᴇɴo, ᴅᴀɴçou ᴀo ʀιтмo ᴅᴇ uм ᴀɴנo, ᴀʟнᴇιᴀ ᴀo ғᴀтo ᴅᴇ Quᴇ ᴀтé мᴇsмo cʀιᴀтuʀᴀs ᴀɴԍᴇʟιc...