The Curse

Over-protective.

Hermione dormiu por mais dois dias completos.

A luta contra o Obscuro drenara completamente suas forças e quase a levara a beira de seu esgotamento mágico. Dor queimava todos seus músculos, mas era uma dor boa, era uma dor que lhe dizia que estava viva.

No terceiro dia quando acordou sentia sua garganta queimar, como se o fogo que tinha conjurado a tivesse queimado de dentro para fora e Hermione não duvidava que tinha sido exatamente isso que acontecera.

- Apenas responda sim ou não. É tudo o que precisa fazer. - Falou Draco gentil. Ele não saíra do lado da jovem um minuto sequer, nos dias em que ela permaneceu dormindo. Por ter feito um feitiço diagnóstico sabia que ela tinha beirado o esgotamento mágico e assim precisava analisar o nível dos danos a que ela tinha se submetido.

Hermione conseguiu dar um leve aceno de cabeça, embora tivesse se encolhido com a dor

que percorreu o pescoço e os ombros.

- Está sentindo dor? - Não foi uma pergunta com empatia, mas um comandante avaliando a condição do soldado para entender qual era o melhor plano de ação.

- Sim.

- Vamos preparar um tônico. - Falou Pansy antes de sair na companhia de Theodore e Blaise.

Hermione suspirou, ou tentou, quando um tecido frio como gelo foi colocado sobre sua testa. Ela se sentia febril e a água fria foi um balsamo.

- O esgotamento. - Falou Newt, baixinho.

Falar era difícil demais, mas a jovem abriu os olhos e viu o bruxo ao pé da cama, Draco estava próximo a ela silencioso molhando outro tecido na água de um balde posto sobre o criado-mudo.

- O esgotamento teria destruído você. É importante aprender a reconhecer os sinais, e como recuar antes de ser tarde demais ou vai destruí-la de dentro para fora.

- Não toque na magia até ter descansado por um tempo. Entendeu? - Falou Draco, sério.

Hermione inclinou a cabeça para cima, pedindo mais água fria no rosto, mas o loiro se recusou a torcer o tecido até que ela tivesse assentido em concordância.

- Vou verificar o tônico. Voltarei logo. Cuide dela Draco. - Falou Newt.

Hermione tentou se sentar, mas gemeu pelas dores nos músculos.

- Não se esforce. - Repreendeu Draco e ela quis bufar pelo tom superprotetor do outro, mas não o fez porque realmente se sentia horrível. E assim que o magizoologista trouxe o tônico o loiro a fez beber tudo e a mandou dormir novamente.

Draco não a deixou sair da cama mesmo que já estivesse desperta. Ele levou a comida para ela em uma bandeja e se certificou que consumisse até a última migalha. Aquela noite era um ensopado de carne, metade de um pão crocante, uma tigela de cerejas e uma caneca de chá de gengibre, cortesia de Pansy. E apesar de estar com o apetite voraz desde que despertara, por conhecer Draco, sabia que ele estava exagerando na superproteção.

Newt veio visitá-la uma vez para checar se estava melhorando e Draco o recebeu com um grunhido raivoso quando o bruxo a tocou na testa para conferir se a febre tinha passado. O ancião apenas riu da atitude do outro e saiu dizendo que a jovem estava em mãos mais do que competentes e que voltaria a vê-la quando já estivesse recuperada e tivesse permissão para sair do quarto.

- Sabe. - Falou ela, sentando-se na cama com a quarta caneca de chá do dia. - Você esta agindo como se ele fosse uma ameaça ou algo do tipo. - E ela quis rir da cara de desgosto do outro, mas uma descarga de dor a fez se contorcer e lhe ofuscou a visão, Ela aguentou e tentou disfarçar segurando a caneca com mais força, concentrando-se na respiração. Era por isso que permitia que Draco exagerasse. Graças ao quase esgotamento, cada parte de Hermione estava dolorida, extremamente cansada e às vezes uma tontura ou dor de cabeça irritante se manifestavam. Felizmente a febre tinha passado.