West Wing.

211 32 21
                                    

- Não entendo, por que estão sendo tão gentis comigo? - Perguntou Hermione. - Claramente vocês estão aqui tão presos como eu. Nenhum de vocês pensou em fugir?

- Draco é, antes de tudo, nosso amigo mesmo que trabalhemos para ele. - Falou Theodore.

- E ele não é tão terrível quanto aparenta. - Continuou Pansy. - Em algum lugar la no fundo está a alma de um jovem bruxo sonhador esperando para ser libertado!

- Bruxo... Todos vocês são mágicos?

- Sim, querida. Você é uma bruxa como nós. É por isso que você consegue nos ouvir apesar da maldição que nos transformou em coisas.

Hermione não gostava desse assunto, não quando a magia dizia respeito a ela e não aos outros, assim, rapidamente tentou mudar de assunto.

- Blaise mencionou alguma coisa sobre a ala oeste. - Comentou olhando na direção das escadas que levavam àquela ala.

- Não se preocupe com isso. - Desdenhou a bule de chá. - Além do mais, já está tarde e você precisa voltar para o seu quarto. - Completou sobriamente, não para ameaçar a garota, mas porque detestava a escolha do amigo de trancá-la ali contra a vontade, não seria assim que ele ganharia a afeição da jovem.

- Boa noite. - Despediu-se.

- Boa noite. - Responderam os outros dois.

Hermione apenas esperou o carrinho ir embora com Theodore e Pansy para desviar seu caminho e ir diretamente para a ala oeste! Seria impossível dormir depois daquele show magnífico e animado. E além disso era a primeira vez da jovem em um castelo encantado, queria descobrir quais eram os segredos de seu dono e dos moradores que ali foram amaldiçoados.

A ala Oeste era realmente mais assustadora que a leste, era empoeirada e destruída. Espelhos estavam quebrados por toda parte, cortinas rasgadas grandes pedaços do piso e paredes colapsados. Passou por diversos quartos vazios antes de chegar a duas portas duplas que lhe chamaram atenção. Abriu-as e se viu num amplo espaço, um quarto digno de príncipes e reis, entretanto estava em sua maioria destruído.

No quarto, à direita havia uma lareira acesa, uma cama intocada e mais um grande espelho completamente partido, cujos cacos brilhavam no chão. Já à esquerda, havia uma bela pintura com três figuras: um casal com uma criança; o homem loiro tinha um olhar esnobe e cruel, já a criança ao seu lado inocentes, ambos estavam furiosamente aranhados por garras; a única figura intocada era a moça de sorriso doce e cabelos claros. Foram os olhos do rapazinho que chamaram atenção, Hermione já tinha visto aqueles olhos cinzas e soube imediatamente de quem era aquele quarto. Ela devia partir, ouvir os alertas em sua mente e ir, mas a curiosidade a venceu, ela queria entender quem era aquela fera, quem era Draco e porquê seus amigos o defendiam quando ele era claramente um monstro frio e sem coração.

Continuou a desvendar o espaço, passando por mesas de estudos cheias de livros e frascos coloridos, logo mais a frente viu uma ninho formado de travesseiros destroçados, palha seca e cobertas rasgadas, era imundo e degradante um enorme contraste com a cama intocada no lado oposto, cujas cobertas verde-esmeralda acumulavam poeira.

Cruzando o espaço, a jovem viu uma grande sacada, aberta para a neve que caia preguiçosa, no meio dela, sobre um pedestal de pedra esculpida, uma estranha redoma descansava. Novamente aquilo que corria sob as veias de Hermione se agitou, e sem poder se conter se viu compelida a se aproximar da redoma. Estava frio, frio demais e o ar que saia de seu nariz se condessava, a redoma transparente brilhava sutilmente e la dentro uma rosa robusta flutuava magicamente. A garota não se conteve e tocou delicadamente o vidro que vibrou quase imperceptivelmente, soltando a respiração, a qual nem se lembrava de prender, a morena piscou confusa enquanto seu sangue corria rápido em reconhecimento a algo que ela própria não entendia.

The CurseWhere stories live. Discover now