capítulo 26

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     Sim é hoje! Hoje é o dia que vamos invadir a G.C. Não vou dizer que estou triste e nem feliz porque nesse momento os dois sentimentos invadem meu peito. Tristeza pelas mortes inevitáveis que acontecerão e felicidade pelo pingo de esperança que ainda tenho de reencontrar alguém da minha família lá.

    - Ei - ouvi alguém dizer.

    Minha expressão é de espanto, mas logo o Seis se desculpa por entrar de vez no quarto. Eu usava uma calça jeans, uma regata preta e meu tênis esporte.

    - Bom, eu e os soldados já vamos pra G.C. - beija o topo da minha cabeça - se cuida prometo não demorar.

     É agora preciso contar que também pretendo ir pra procurar minha família e pouco importa sua decisão, eu vou!

    - Seis? - chamei.

    - diz.

    - Eu vou.

    - Tinha medo que dissesse isso, mas. Você não vai.

     - Mas. - sussurro - não estou pedindo pra ir. Estou avisando.

     Pega minhas mãos com um olhar triste.

     - Por favor, Sandra, não vamos discutir, fique aqui é pra sua segurança.

    - Então vai ser sempre assim? - resmunguei - e quando voltarem? Isso ainda vai continuar assim eles me caçando e eu me escondendo? Chega Seis! Isso não é vida. Eu quero ir junto, quero ajudar.

    - Você nos ajuda estando aqui e a salvo.

    - Não.

     Tocou meu rosto e limpa uma lágrima que escorria -  não posso perder você, e se alguma coisa te acontecer eu nunca irei me perdoar.

    Abraço ele lutando contra as lágrimas - Entendo, mas
preciso fazer isso; aquelas pessoas podem até me odiar, porém o que as impede de me matar é que tenho o que todos querem. Preciso entrar na G.C. e vou fazer isso queira você ou não, mas gostaria que me apoiasse.

     - E se pegarem você? E se te colocarem naquela máquina?

     - Eles não vão acredite em mim. - murmurei confiante pareceu até ser certeza pelo meu tom, mas não sei se minha voz falhou - estarei com você, com certeza não tentarão me pegar usando tiros porque isso me fará sangrar, então terei vantagem. Aprendi a lutar com o melhor professor - insisto forçando um sorriso.

   - Okay.

   - Sério! - grito surpresa.

   - Sim. - diz chateado.

   - Obrigada. - pulo em cima dele - eu amo você.

    - Precisamos avisar aos outros sobre as mudanças.

    - Todos vão?
  
    - Não, na casa ficará somente os pais da Adriana.

    - Justo.

     Nós juntando com os outros na sala. Então Seis começa a falar.

    - Bem, sei que não é uma boa idéia, mas a Sandra irá com a gente. - no mesmo instante muitos olham pra ele com cara de reprovação o que me faz sentir um pouco de raiva era como se eu fosse a única garota que era proibida de jogar queimada por ser a mais fraca da classe. - E assim como muitas pessoas eu não concordo.

    Ergui uma sobrancelha pra ele.

    - E assim como muitas pessoas eu sei que ela é bem teimosa. - sorri pra mim, retribui na mesma hora, ele continua com as últimas palavras. - todos que estão aqui já sabem o nosso objetivo então façam o que é pra fazer e evitem mortes desnecessárias.

    - sim senhor. - os soldados falam em uníssono.

    - Suas carruagens já estão lá fora, - Oito brinca - vamos senhoras

      Saindo pra fora meu queixo cai ao ver vários carros gigantes parados na entrada. Pensei em perguntar onde encontrou tanto transporte, mas deixei pra lá.

    - Agora sim.

    - Chegando perto da G.C. iremos abandonar os carros e continuar a pé pra não chamar muita atenção, o nosso plano é entrar sem ser vistos e assim sair se possível.

     Todos começam a ocupar seus lugares, vários homens armados, parecia mais uma guerra, porém de fato era uma e não sabia quem poderia morrer nela, não que essa fosse minha última conversa, mas fui falar com ela. Adriana estava nos braços fortes do Oito quando me aproximo.

    - Desculpas atrapalhar, mas preciso falar com a Adriana. - pedi em certa distância.

     - Claro.  - Oito diz pra mim e se volta pra ela sussurrando algo em seu ouvido que sem querer ouvi - quando isso acabar iremos viver bem, vou te dar uma vida de princesa.

     - Já tenho você é sou feliz - diz em resposta.

    - Eu te amo.

    - Eu amo mais.

     Se beijaram e ele saiu, sim isso é bem desconfortante. Me aproximo dela com as mãos no bolso traseiro.

    - Oi, eh perdão por ser uma pata foda. - brinquei.

    - Oi, - sorriu confusa - o que é isso?

    - Esquece é só um jeito de dizer que atrapalhei vocês.

    - Que isso. Bobagem você nunca irá me atrapalhar, além do mais foi você quem juntou nós dois por isso pode ser "pata foda" quando quiser.

    Rimos juntas. Nessa hora percebi que Adriana poderia sim ser chamada de amiga por mim, apesar das nossas desavenças ela é uma boa pessoa. E aprendi que nem todos que dizem ser seus amigos talvez não sejam, mas aquela pessoa que dizemos não gostar pode chegar a ser uma das melhores pessoa que cruzaram nosso caminho e era isso que ela tinha se tornada, uma das melhores pessoas que conheci.

    - Eu só queria agradecer. - começo - você me ouviu quando mais precisei e é a única que acredita em mim, não sei o que vai acontecer hoje, mas saiba que você já fez essa vida valer a pena... É muito estranho dizer isso, mas você foi uma amiga pra mim.

    - Credo Sandra isso parece até uma despedida. - Diz franzindo o rosto.

    - Desculpas acho que me impolguei. - digo sem jeito.

    - você também foi uma... - diz com dificuldade - isso é estranho, logo porque achei que te odiaria pelo resto da minha vida, mas você também foi uma ótima "amiga" - sorri fazendo aspas com os dedos. - só não entendo o clima de velório. Falou como se não fosse mais me ver.

   - Sinto uma coisa ruim, mas acho que é só ansiedade, não sei explicar.

    - É a nossa vez. - Seis avisa.

    Quando subo no carro sinto um calafrio percorrer meu corpo, mas como não sentir se estava indo direto a toca do lobo, porém valia a pena pela chance de encontrar alguém conhecido e se o seis estivesse certo em se preocupar comigo? Preciso arriscar. Cada vez que o carro se aproximava minha respiração se complica, meu coração palpitava mais forte, era pior que estar correndo pra fugir dos zumbis.  Tento controlar os batimentos quando sinto os dedos do Seis entrelaçar os meus. O pior não está aqui e sim lá na G.C. a maquina sugadora de sangue feita especialmente pra mim,  ainda não a vi, porém em meu sonho a imaginei cheia de agulhas com tubos ligados exatamente em mim.

      Poderia ficar pior?

CONTINUA...

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A Cura Zumbi [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora