Capítulo 05

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    A água descia vermelha pelo ralo, enquanto um turbilhão de coisas boas já vividas passavam pela minha cabeça. Coisas essas que eu sabia que nunca mais viveria. As lágrimas se misturam com a água gelada que desce pelo meu rosto. Caí no meu próprio jogo de sofrimento, sentei no chão do banheiro daquele supermercado, permitindo que que as lágrimas descessem sem interrupção. Já perdi tanto! Será que as coisas poderiam piorar?

   Sai do banheiro me recompondo, não queria a pena de ninguém. Vesti uma calça jeans e uma camiseta larga. Me juntei com o restante, Marcos estava isolado em um canto da parede, parecia distante, mergulhado em pensamentos.

   - Oi - comprimentei-o - o que está pensando?

   - em como serão nosso filhos.

   Dou uma gargalhada. Ele franze a testa parecendo não gostar e diz.

   - quando chegarmos na grande casa, pensaremos melhor no assunto.

   Ignorei o que ele disse, mesmo sabendo que falava sério. Lembrei de algo importante.

   - volto já - saí apressada a procura do Seis, Marcos fala alguma coisa que não escutei bem.

   Não havia encontrado Seis em nenhum lugar, então decido perguntar a uma moça que parece perceber o  que procuro.

   - licença. Você sabe onde Seis está?

   - Lá fora. Por que?

   - por nada. Obrigada - sai correndo em direção a saída.

   - ei, eles disseram pra gente não sair - grita.

   Ignorando atravesso a porta de vidro resistente. Vi Seis e Oito conversado. Antes mesmo de alcança-los Seis me nota.

   - você não pode ficar aqui fora! Entre agora! - ordena estava de novo de mau humor. Que homens mais bipolar.

   - se não pode por que é que vocês estão aqui?...mas isso não vem ao caso! Quero te fazer uma pergunta - digo a altura da arrogância dele.

   Oito sorri - quem é essa Seis? Ela consegue ser mais marreta que você! Ah, é a garota que apagou e trouxemos até aqui.

   Ignorei o comentário e foquei no que queria. Entreguei a foto da minha família nas mãos do Seis.

   - você viu alguma dessas pessoas na grande casa? Salvou alguma delas?

   - não me lembro - entrega sem mesmo olhar - são muitas pessoas na G.C. (abreviatura, sigla de grande casa). seria impossível decorar o rosto de todas.

   - mas você nem olhou a foto! - resmunguei.

   - você confere se eles estão lá amanhã, quando os elicopteros chegarem pra levar vocês pra G.C. - Oito diz.

   - e vocês não vão juntos?

   - não. Nós não podemos, temos que ficar e procurar mais pessoas. Só poderemos descansar  quando nos derem autorização, então outros que estão lá agora vão vir em nosso lugar. É assim que funciona.

   - Mas como vou ter certeza de que minha família está lá e não no meio desse mundo a minha procura?

   Seis, permanece calado de braços cruzados, enquanto Oito me responde pacientemente.

   - esse é o problema. Você nunca sabe.

   - mas eu tenho que saber. Tenho que encontra-los, mesmo que seja todos transformados, acho que só assim pra sossegar. Não tem uma noite que eu não sonhe com pesadelos. E se quando eu chegar na G.C  e não encontrar eles? Sei que eles não vão me deixar voltar, então tenho primeiro que procura-los fora, depois dentro.

A Cura Zumbi [Em Revisão]Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ