capítulo 24

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     Uma, duas, três vezes seguidas pisco até me acostumar com os raios de luz que invadem a igreja através de uma falha no telhado que por coincidência vai direto nos meus olhos. Viro para o lado e vejo o Seis já de olhos abertos me observado.

     - Quanto tempo faz que acordou? - pergunto sorrindo.

    - Não muito.

    - Que horas são?

    - Falta meia hora para as 7.

    - Mas já? Precisamos ir e a propósito ontem foi a melhor noite da minha vida.

    - A nossa... Vamos sim só esperava você acordar.

    - E por que não me acordou?

    - Não quis atrapalhar o sono da minha esposa.

   Levantamos sorrindo um pra outro.

     - Gosto disso.

    Começamos a vestir as peças de roupa que faltavam, já que estava apenas com a parte íntima de baixo e a camisa dele que usava apenas sua calça. Afasto um pouco pra pegar meu vestido. Sim hoje poderia dizer que sou feliz mesmo estando vivendo em um mundo que 85% da população comia carne humana é claro que queria minha família ali, mas nem tudo é como queremos e tenho o Seis aqui comigo o que já era bem importante.

     - Droga! - viro ouvindo o quase grito do Seis. Ele estava reagindo contra um zumbi que pelas roupas deduzi ser o padre. Logo ele o chuta e rapidamente dispara a arma, o tiro foi bem na cabeça.

     - Aí meu Deus, você está bem? - disparo indo para perto dele - como é que ele entrou aqui?

    - Não se preocupe, se veste rápido. Logo esse lugar vai estar lotado de mortos-vivos que devem ter ouvido o disparo.

     Fiz o que mandou sem hesitar o que me preocupa é a cara do Seis quando me volto pra ele.

     - Olha Sandra. - coloca as mãos em meus ombros com um olhar triste - terminou pra mim eu perdi, minha caminhada acabou... Você sabe andar de carro?

    - Sim sei, mas... do que está falando? - pergunto e pela hesitação dele que durou vários segundos pensei até que não me responderia, e pelo contrário ele foi rápido e cru.

    - Eu fui mordido Sandra. - mostra o braço com a mordida  acima do cotovelo.

    Minhas pernas quase me abandonam, por que justo agora? não suportaria, Seis se tornara a pessoa mais importante pra mim nele me inspirava pra continuar, não, eu não iria perde-lô. Já perdi pessoas demais, lágrimas dançam no meu rosto.

    Com o polegar ele as limpa. - não chore você tem que aceitar e sair naquele carro, sim eu vou partir, mas vou feliz pois sei que cuidará da Cecília quando a trouxerem.

    Balanço a cabeça - você não vai morrer.

    - Ei, se acalmem. Eu me conformo já vivi demais e foi você que fez com que cada minuto valesse a pena, até mesmo quando brigávamos. - riu. - eu te amo e agradeço por cada momento que passei com você, nem a morte vai me fazer esquecer isso, então entre naquele carro e viva por nós.

    - Não vou sem você! - insisti chorando.

    - Tinha medo que dissesse isso, droga Sandra, os zumbis vão chegar e logo também serei um deles, vai agora! - range os dentes - vai sem mim.

    Pisco confusa - como, como me pede pra ir sem você? como vou viver sem você? Não existe eu sem você.

    - Sua família te espera.

A Cura Zumbi [Em Revisão]Where stories live. Discover now