Capítulo 11

188 53 93
                                    

     Seis me fitava com a decepção estampada no rosto. Balança a cabeça, vejo seus punhos fechados, tenho certeza que as palmas foram feridas pelas unhas que, estão cravadas. Me livro do Marcos indo até ele, que sai pisando forte livrando-se da minha explicação. Sigo-o até a sala. Ele está de costas perto da porta.

    - e~eu não quis - falo entre lágrimas, e se ele não acreditar?

    Fez sinal negativo.

    - por favor.

   Adriana aparece de repente e fica nos fitando com a testa franzida ao ver o estado do Seis. Ele vira sem ao menos dar importância a ela e me olha, um arrepio percorre minha pele causando calafrios, seus olhos são maus, transmitem tudo de ruim que existe. Chego perto com cara de cachorro abandonado.

   - Eu não quis, eu juro.

   - ele é o motivo não é?  - pergunta trincando dentes.

   - não! Não é Seis, eu...

   - por favor Sandra saia daqui, vá para o seu quarto não quero te ver!- rosna, tentando manter a calma, o que não ajuda muito. Os olhos da Adriana parecem faíscar de tanta alegria, mas as esconde quando Seis a olha, ocupando um rosto falso de preocupação.

  - me deixa explicar - implorei tocando no seu ombro. Minha mão é tirada dali com violência.

   Ele olha por cima do meu ombro - o que ele faz aqui?

   Vejo Marcos na soleira da porta, sim ele é o mais confuso ali, queria sentir raiva dele por isso, mas como? se a culpa era minha de não ter contado que estava com o Seis.

    Marcos se aproxima pondo as mãos em meus ombros - eu sei o que aqueles homens querem... e estou aqui pra ajudar a protege-la.

   Me livro, andando até o Seis que me olha com repulsa. Sim ele sabe que não falei nada ao Marcos sobre nós, o que com certeza fazia o ter mais raiva de mim.

   - isso é perigoso! Eles podem ter seguido você - grita - vai colocar todos em perigo!

   - não eles não me seguiram.

   -quero pedir licença a vocês, preciso conversar com o Seis - pedi.

   - não temos nada que conversar! - passa por mim voltando a cozinha.
 
    Adriana dá um sorriso de cobra, queria tanto ter tempo pra quebrar aquela cara de sonsa. Marcos parece mais confuso ainda, antes que me metralhe de perguntas decido ir atrás do Seis e tentar mais uma vez, não posso deixa-lo pensar o que quer, ainda mais eu estando com a razão. Chegando lá o encontro com a cabeça enterrada na porta.

   Chego de mansinho pondo as mãos em seus ombros. Sinto quando seu corpo se contrai. Ele vira rápido demais, seus olhos parecem um pouco vermelhos, "ele ia chorar?" Isso faz mim sentir pior. Seu rosto triste é substituído, dessa vez parece alguém seguro e inabalável, mas sei que é só disfarce.

    - Desculpa.

   - não tenho o que desculpar. Já entendi tudo, você quer ele, e se precisa da minha desculpa pra ser feliz já a tem, só espero que ele te proteja melhor que eu  - sai.

   Tento segui-lô, mas o mesmo faz sinal com a mão para não ir.

     - eu amo você! - sussurro, quando ele desaparece. Caio sobre a cadeira da cozinha em prantos. Não queria mais viver se ele me deixasse, não que dependesse dele, mas se minha família estivesse morta mesmo  coisa que ja estava quase convencida, era por ele que eu viveria, por ele.

   Ouço passos - por que ele está assim? - ouvi Marcos - e porque você está chorando?

    Olho para o mesmo. Balanço a cabeça, talvez seja tarde demais, mas ele precisa saber. Levanto.

A Cura Zumbi [Em Revisão]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora