Antes que eu pudesse espiar o lado de fora, um grito cortou o silêncio. Era Momo. Outros gritos vieram logo após o dela, entretanto dessa vez eu não consegui reconhecer as vozes.

— Droga, acho que estamos sendo atacados! — Constatei, aterrorizado.

— Temos que sair daqui, Heejin. — Soojin se desesperou, agarrando o puxador da porta.

Impedi seu ato.

— Você está doida? Se sairmos, eles podem nos pegar! — adverti-a, em seguida pedindo que ela se abaixasse e colocasse os braços sobre a cabeça, como forma de proteção.

— Eu não quero morrer… — Soluçou.

Barulhos de espada podiam ser ouvidos, o tilintar dos objetos faziam meu estômago revirar. Os sinais de batalha eram nítidos, novos gritos eram ouvidos à medida que os segundos transcorriam. Estava claro que os invasores se aproximavam cada vez mais das carruagens.

Por que estávamos sendo atacados? E o que eles estavam procurando?

Eu sabia que as chances de serem o mesmo grupo que causou aquele alvoroço no dia do baile eram altas. Eles não apoiavam a aliança entre os reinos de Baekje e Silla, e Taehyung possuía um laço único com o príncipe Jimin, o que garantiria essa união por longos anos.

— Taehyung… — Seu nome saiu da minha boca de forma automática. A carruagem dos Kim’s estava vindo bem atrás da nossa, era apenas questão de instantes até os rebeldes conseguirem passar pela guarnição e atacar a família real.

Eu precisava ir proteger meu amor. Decidido, abri a porta da carruagem.

— H-Heejin, o que você vai fazer? — Soojin perguntou desesperada, seu rosto estava molhado por conta do choro. — Você mesma disse que era pra ficarmos aqui.

— Eu sei lutar, vou ajudar no que eu puder. — Tentei acalmá-la. — Fique aqui, tudo bem?

— Não me deixa sozinha, por favor…

— Eu vou voltar. — Dei uma última olhada na figura indefesa de Soojin em prantos e fechei a porta, pedindo aos céus que nada lhe acontecesse.

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— Senhorita, volte agora para carruagem! — Um dos guardas veio correndo ao meu encontro, alarmado. Ele agarrou meu pulso, tentando me fazer voltar atrás.

— Eu quero ajudar!

O guarda riu, como se fosse impossível alguém precisar da minha ajuda naquela situação.

— Entre na droga da carruagem e deixe os homens fazerem o trabalho, anda — ordenou ele, usando sua força para tentar me empurrar para junto da porta do veículo.

— Tem mais uma ali! — Alguém gritou e apontou em minha direção. Era um dos rebeldes, e agora ele corria em minha direção com sua espada em mãos.

— Mais que droga! — O guarda se virou, preparando-se para entrar em confronto.

Sem uma arma, eu não poderia fazer muita coisa, seria um peso morto e só iria atrapalhar.

Olhei ao redor, procurando algo que pudesse usar. O cenário não era dos melhores. Os rebeldes partiam para cima da guarda real, que reagia da melhor forma que podia. Alguns corpos estavam caídos sobre o chão, agonizando de dor, outros nem ao menos se mexiam.

A luta que se estendia à minha frente estava se encaminhando para o final, o guarda não conseguia se defender tão bem dos ataques do rebelde. Foi então que decidi intervir. Corri até um dos corpos, sussurrando um “Descanse em paz” e furtei sua espada. Eu sabia como usar uma lâmina, só precisava desenferrujar meu corpo, carente de treino já há algum tempo.

Alvorecer | taekookWhere stories live. Discover now