Capítulo 10 - A confirmação

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Capítulo 10 – A confirmação

Harry estava quase tacando seu relógio na parede para que o despertador parasse de tocar. Ele tinha que levantar para ir tomar café da manhã no salão principal, mas aquela cama era tão gostosa e confortável que não lhe dava a menor vontade de levantar. Porém, quando o relógio tocou pela terceira vez, Harry jogou as cobertas para o lado e se levantou colocando os óculos para poder enxergar.

Uma luz fraca entrava por uma janela que ele não imaginou que existia. Ao chegar perto e afastar uma cortina de seda viu que aquela janela era no limite do lago negro. Dali era possível ver a extensão da água escura, que por vezes era movimentada pela lula gigante que a espirrava no vidro grosso. Acima da janela havia outra, menor e redonda que abria, Harry fez uma anotação mental de abri-la quando sentir-se sufocado naquele quarto, porém, mesmo com tudo fechado se sentia muito bem naquele lugar. Parecia que era encantado para que uma corrente de ar agradável circulasse pelo ambiente. Uma coisa ele não podia negar. Era realmente muito bonita a forma como o sol fraco daquela manhã cinza atingia aquele local. Era bem ao contrário do que Harry havia imaginado quando conversava com seus amigos sobre os cômodos do mestre de poções, até aquele prezado momento já havia descartado a possibilidade de um calabouço escuro e nojento. Pelo menos seu quarto era bem apresentável.Como seria o de Snape?

Melhor nem pensar nisso, provavelmente jamais se aproximaria da porta ao lado. Era proibido como o laboratório do professor. Seus passos ali dentro se resumiam ao quarto e a sala, então era melhor simplesmente tirar essa idéia da cabeça e se arrumar.Vendo no relógio que tinha meia hora para se aprontar, Harry retirou a roupa jogando-a em um cesto perto do banheiro e procurou uma toalha, mas não encontrou nenhuma. Nem mesmo no guarda roupa.

"Devem estar no banheiro", pensou Harry se dirigindo ao local. Realmente estavam ali. Havia duas pequenas toalhas de rosto penduradas ao lado da pia. Uma grande para se enxugar após o banho e um roupão, todos brancos e com um bonito bordado feito a mão escrito Snape.

Harry pegou a toalha e ficou olhando o bonito bordado, em sua mente surgia uma dúvida boba. Deveria usar aquelas toalhas, mesmo sendo do Snape? Provavelmente o professor ficaria com raiva, não ficaria? Porém, enquanto pensava nisso, seus olhos captaram outro desenho. Ao lado do nome e em tamanho menor estava o desenho do leão da grifinória. Aquelas toalhas não eram do professor. Eram suas. Harry saiu do banheiro segurando o roupão e olhou os lençóis bagunçados na cama ainda quente, bem no meio havia um S e um leão. Rapidamente olhou seus outros pertences, tudo ali que pudesse identificar a pessoa a quem pertencia, menos o que Harry usaria na frente de outras pessoas, tinham o mesmo desenho. Sua cabeça girou. Era um Snape, não mais um Potter. Tinha que se acostumar com isso, mas precisava conversar com Snape sobre esse fato.Naquela noite. Depois do jantar.

Após voltar ao banheiro e ligar o chuveiro, Harry percebeu que se atrasou demais enquanto pensava na mudança de seu nome, agora tinha apenas quinze minutos.As aulas daquela terça feira foram até mesmo agradáveis, o trio teve dois tempos de feitiços antes do almoço. Durante a aula, enquanto o professor tentava ensinar um feitiço de encolhimento avançado, Harry, Rony e Hermione conseguiram conversar tranquilamente, pois os alunos estavam ocupados demais treinando os meneios das varinhas.

- E então Harry, como foi a sua...lua de mel? – Perguntou Hermione meio sem jeito. Rony fez careta, mas estava ouvindo atentamente. – Ontem você não teve tempo para nos dizer.

- Foi...er...agradável. – Respondeu tão sem jeito quanto Hermione, principalmente ao se lembrar das cenas da tarde de domingo. – O país é bem bonito.

Hermione pareceu satisfeita com aquele pouco de informação, então não implicou com o menino por ele falar da paisagem. Porém, mesmo satisfeita com a resposta dada, sua curiosidade era grande demais para segurar as perguntas atrás de seus dentes.

A Lenda (Snarry)Where stories live. Discover now