11. Conflitos

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Ao despertar-se de seu sono, Sal apenas abriu os olhos sem se mover. Ele estava deprimido demais para se levantar naquele dia. Essa situação já era particularmente cotidiana, mas naquela manhã havia sido diferente, pois o acontecimento da noite anterior era o culpado. Aquilo não poderia ter sido somente um sonho ruim?

Mal se lembrava da primeira vez em que se sentiu assim. Era medo e tristeza que lhe consumia naquele momento, e de alguma forma, isso lhe fazia ficar completamente desanimado.

Seu despertador já havia tocado há muito tempo. Sal ficou surpreso por não ter sido acordado por ele. Isso era raro.

Não iria para aula naquele dia, pois certamente não conseguiria prestar atenção em nada. Apenas iria focar-se em se esquivar de Larry. Ate cogitou a ideia de mudar de escola, mas isso seria extremo demais. Apenas evita-lo seria o suficiente.

Continuando no conforto de sua cama, Sal esticou sua mão de forma preguiçosa, e a deslizou por seu criado mudo deixando cair alguns livros por descuidado seu, até que finalmente localizou seu celular. No entanto, quando o puxou, acidentalmente acabou por derrubar outro eletrônico, o qual ele não havia identificado qual era. Por conta do barulho abrupto, Sal levantou seu tronco assustado olhando para o chão, acabando por se deparar com o Walkie Talkie caído no piso.

Ele nem ao menos se lembrava da existência daquele objeto, mas naquele momento, se a lembrança lhe veio como um soco. Era de Larry. Eles dividiam aquilo, embora nunca tenham usado-o. Aquilo tinha sido tolice, Larry podia falar com ele quando quisesse através daquilo, mas Sal estava cansado demais para desligar o dispositivo. Além de tudo, Larry provavelmente também não se lembrava que ele ainda tinha o Walkie Talkie.

Quando deitou-se novamente, ele ligou seu celular, o qual de imediato o notificou a pouca bateria que restava. Na tela, não se mostrava nada mais nada menos que 15% restando. Sal bufou descontente. Havia esquecido de carrega-lo.

Quando aquela simples e decepcionante notificação foi dispensada pelo cabo o qual havia sido conectado por Sal, outras notificações começaram a aparecer no topo da interface. Mensagens as quais gelaram o corpo de Sal.

Larry
53 Mensagens não lidas

— Mas que porr...?? — surpreso, exclamou de forma abrupta.

O que ele tanto queria agora? 

Sal já não queria se lembrar da existência dele. Portando, nem mesmo visualizou as mensagens, e sim foi direito apagar o numero, bloqueando-o em seguida. Ele deveria apenas esquecer todo esse acontecimento, mas o que Larry tanto lhe escreveu? Xingamentos sobre seu rosto horroroso? Essa hipótese era a única aplausível em sua cabeça.

Em sua tela também havia outras mensagens, como a de Ashley, e a de seu pai com uma mensagem de bom dia. Ele apenas resolveu ignorar as mensagens de Ashley, pois sabia do que se tratavam.

Não sabia como as coisas iria ser dali em diante, mas como sempre, esperava o pior. 

Não é que ele não queria mais saber de Larry, somente estava envergonhado demais para olhar para o rosto dele, após ele ter visto o seu. O que Larry deve ter pensado? Aquilo lhe incomodava fortemente.

Para distrair sua mente, começou a jogar qualquer jogo que apareceu na interface do seu celular.

<>

— Você ainda não me respondeu o que aconteceu entre você e o Sally — Ashley comentou emburrada. — Além disso, ele não veio hoje. Você brigou com ele ou algo do tipo? — perguntou, antes de pegar seu celular para conferir suas mensagens. — Ele nem ao menos me respondeu ou visualizou, e ainda esteve online há minutos atrás... Ele está nos ignorando — era nítido a expressões triste em seu rosto.

Piano || SarryWhere stories live. Discover now