Capítulo 06 - Últimos Capítulos

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Cada minuto da cerimônia civil foi agonizante e, assim que acabou, Tenten escapou do calor opressivo do cartório e refugiou-se na calçada. Apesar de ser junho, o céu estava cinza e chovia.

— Tenten! — Neji saiu do prédio, cercado por dois seguranças.
— Não me chame de Tenten!

Ele parou na frente dela, seus ombros fortes revestidos por um terno preto, as feições frias, mas tão indecentemente bonitas que as mulheres que passavam pisavam nas poças d'água por estarem distraídas demais de bocas abertas olhando para ele.

— Posso chamar você do que quiser. Você é minha esposa. — A ênfase dele naquelas duas palavras a fez tremer.
— Isso não lhe dá o direito...
— É aí que você se engana. — Ele sorriu e fechou os dedos fortes em volta do pulso dela. — Isso me dá todo o direito, agape mou.  Dê-me a jóia.

Ela hesitou.

— Posso usar um pouco mais? É que e-ela... — Ela faz com que eu me lembre da minha irmã.
— Preciso da jóia de volta agora. Afinal de contas, é a razão pela qual me casei com você.

Incapaz de argumentar, ela levantou a mão até a nuca e abriu o fecho que segurava o pingente em seu pescoço.

— Parecia o lugar mais seguro.

Ele deu um sorriso enquanto pegava-o e entregava-o para um de seus seguranças.

— Dada a probabilidade de que poucos homens têm acesso a seu corpo, sou forçado a concordar. Agora eu tenho de partir.

Os olhos dele ainda estavam na jóia. Deixá-la ir não faria diferença. Ela não deveria se importar.

— Partir?
— Já passei tempo demais nesta cidade chuvosa.

Ele olhou em volta com desgosto.

— Tenho problemas urgentes na Grécia que exigem minha atenção pessoal.

Ele estava partindo?
Era a melhor notícia que tinha em muito tempo.

— Tudo bem. Pode ir. Já lhe dei a jóia. Não temos mais o que dizer um para o outro.
— Você realmente acha que eu consideraria viajar sem minha esposa? Somos recém-casados, agape mou. E nos entregaremos às mais profundas e selvagens fantasias. Não era essa a sua intenção quando implorou para que eu me casasse com você?
— Não implorei para que você se casasse comigo. Pelo menos, não da maneira como está sugerindo. — O choque do corpo dele tão intimamente perto dela fez seu estômago realizar uma série de acrobacias. Minha intenção era acabar com sua vida de mulherengo, o que consegui com êxito. — Ela tentou esquivar-se, mas ele segurou-a com facilidade. — Você não pode ser visto com outra mulher pelos próximos dois anos. Já é castigo suficiente. Vou ficar aqui e você pode ir para a Grécia começar sua sentença.
— Sinto muito, mas não funciona assim. — Ele levantou-a com seus braços e largou-a no banco de trás do carro que esperava. — Aonde eu for, você vai. Casamento é isto: companheirismo.

Ela bufou e tentou sair do veículo, mas as portas estavam fechadas. Ela virou-se para ele, furiosa:

— Destrave a porta.
— O carro já está se movendo — ressaltou ele calmamente. — Se abrir as portas, você vai acabar tendo um sério acidente, o que não posso permitir. Veja, não tenho tempo para levá-la ao hospital para a remendarem toda. Preciso de você viva e inteira.

Havia algo no tom de voz dele que a deixou nervosa.

— O que quer dizer com "preciso de você" ?

As palavras deveriam ser relativamente fáceis de serem entendidas por alguém com a sua inteligência.

— Não é possível que você precise dê mim.
— A mulher na minha vida tem de realizar um certo número de funções. Promovo muitas festas corporativas.
— Imagino. Mas tenho certeza de que contrata funcionários.
— Seis mil pela minha última conta.

Algemas de Diamantes Where stories live. Discover now