Capítulo 02

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Tenten olhou-o, surpresa.

— Minha irmã estava usando esse diamante raro na noite em que morreu? O diamante Brandizi?

Ela viu a tensão apoderar-se dele.

— Exatamente.
— O mesmo diamante dado pelos homens de sua família como símbolo de amor eterno? — Ela deu uma risada, sem acreditar, finalmente apreciando a verdadeira ironia da situação. — Minha irmã sabia dessa história?

O maxilar dele tensionou-se.

— Muito provavelmente.
— Então, o fato de ela estar usando o diamante teria sustentado a crença de que você a amava e tinha a intenção de se casar com ela, não?
— Para uma arqueóloga respeitada, você tem o dom alarmante de entender mal as coisas, dra. Mitsashi.
— Ao contrário, creio estar apenas ligando os fatos. Responda-me, sr. Neji, você amava minha irmã?
— A hesitação dele respondeu a pergunta.
— Tínhamos um acordo — disse ele finalmente.
— Tenho certeza de que sim. Minha irmã era jovem e facilmente seduzida por amor e dinheiro. Seria presa fácil para um homem sofisticado e com a sua experiência.
— Recuso-me a discutir as circunstâncias da morte de sua irmã — ele disse, irritado, e ela teve certa satisfação em perceber a frieza finalmente substitui da por uma raiva fervilhante. — Tudo que você precisa saber é que o diamante não pertencia a ela.

E ele o queria de volta.
Ciente de que ganhara o poder de tornar a vida dele extremamente complicada, Tenten sentiu uma repentina onda de adrenalina. A ausência de emoção dele em relação à sua irmã, comparada à visível tensão tomando conta dele, simplesmente aumentava a péssima opinião que tinha sobre ele. Um homem interessado em dinheiro e poder. Preocupava-se mais com a perda do diamante do que com a morte de sua irmã, que, ele deixara claro, não passava de um inconveniente. Se o diamante não estivesse em torno do pescoço de Yukata, Tenten não tinha dúvidas de que ele nem se aborreceria em fazer essa visita.

— Mas se ela estava usando o diamante na noite em que morreu, na noite em que caiu da sacada, presumo que você o deu para ela. E o que acabou de dizer? — Ela franziu levemente o cenho, fingindo pensar. — Que era um símbolo de amor eterno? Foi provavelmente por isso que Yukata mandou aquela mensagem. Sabia que, usando aquele colar, o futuro dela como sua esposa estava garantido.

Neji Hyuuga caminhou em direção a ela, com um olhar intenso.

— Diga-me, dra. Mitsashi, quando descobre alguma coisa do passado... — ele levantou um pedaço de cerâmica da mesa dela e girou-o lentamente nos seus dedos - imediatamente presume que sabe tudo sobre sua autenticidade?

Ela franziu o cenho.

— É claro que não. Temos varias técnicas para estabelecer seu valor.

Ele passou um dedo sobre a superfície do pedaço de cerâmica que ainda segurava, examinando-a atentamente.

— Então, concorda que algo nem sempre é o que parece?
— Sim, mas...
— E, como uma acadêmica, parte do seu trabalho não é explorar a verdade por trás dos fatos? — Ele depositou o pedaço de cerâmica de volta na mesa com um cuidado exagerado. — E não julgar pelas aparências?

Neji estava fazendo jogos de palavras com ela novamente. Provavelmente fizera exatamente a mesma coisa com sua irmã. Não tinha intenção de deixá-lo triunfar sobre ela. Ela não estava julgando pelas aparências. Ela conhecia Yukata.

— Minha irmã estava apaixonada. Tenho uma mensagem dela. E agora descubro que ela estava usando o diamante dado para a mulher de seu coração. E mesmo assim você tenta me convencer de que as aparências enganam? — Ela levantou-se novamente, tão irritada que mal conseguia falar. — Permita-me dizer que elas podem ser surpreendentemente precisas.
— O diamante não pertencia à sua irmã. — O tom de voz dele era ameaçador.
— E, no entanto, ela morreu usando-o e apaixonada por você. Os fatos parecem falar por si sós, não concorda?

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