Please don't bite. [markhyuck • abo]

Prólogo - Marca indesejada

Tudo começou da maneira errada quando Donghyuck acordara numa cama que não era sua e num quarto não tão desconhecido assim. Seu quadril ardia como o inferno e seu corpo estava cheio de marcas, além de estar usando uma camiseta um tamanho maior que si no corpo, nu e desesperado.

Donghyuck era um ômega comportado, sempre tomando suas pílulas religiosamente e em um dia de descuido entrara no cio em uma festa estúpida de escola e fora levado embora por um alfa em específico. Agora estava ali, confuso pra um cacete, dolorido até a ponta dos dedos e todo cheio de chupões e arranhões.

Quando a porta do quarto abriu, seu corpo travou no lugar e sua boca ficou tão seca que nem toda a água do mundo poderia consertar aquela situação.

Mark. Mark.

Seu melhor amigo estava bem vestido como sempre, os cabelos pretos perfeitamente bagunçados, carregando uma muda de roupas em mãos. Mark jogou a muda em seus braços, que o acertou no rosto de maneira desajeitada. Donghyuck nem teve tempo de agarrar o amontoado de roupas já que estava inerte como uma estátua.

— Hyuck? – Chamou passando uma das mãos na frente de seu rosto repetidamente. — Ei!

Donghyuck levantou, os olhos vermelhos sangue brilhando em fúria crescente. Se aproximou o suficiente de Mark para lascar um tapa tão bem dado e forte em seu rosto que o garoto sentiu seus dentes morderem a bochecha e arrancar um pouco de sangue do canto da boca. Mark gemeu em resposta, o rosto queimando de vergonha.

— O quê. Você. Fez? – Se afastou, as mãos ainda em punho. Sentiu uma dor se espalhar por seu rosto e arregalou os olhos. Se virou para o espelho na cômoda e puxou a camisa até deixar o ombro exposto o suficiente para ver ali uma marca recém formada, vermelha ainda com a arcada dentária bem evidente. Olhou para o seu pescoço e então para Mark que segurava o rosto no local do tapa, de cabeça baixa. Mark estava preparado para apanhar até morrer. Era oficial. — Você tá morto, tá fudido.

E então avançou em Mark que o segurou de mal jeito. Donghyuck acertou outro tapa estalado em si. Mais um lampejo de dor em seu rosto. Maldito aproveitador.

— Hyuck, calma! – Implorou, tentando buscar algo útil em seu vocabulário como defesa. — Bater em mim é a mesma coisa que se bater!

E então ele parou, deixando lágrimas grossas escorrerem por seu rosto. Agarrou a muda de roupas que tinha usado naquela semana, a apertando contra o corpo, tremendo da cabeça aos pés. Passou a mão pelo rosto, limpando todas aquelas lágrimas quentes e salgadas.

Tinha passado seu primeiro cio com alguém e esse alguém era seu melhor amigo, Mark. Além de ter sido tomado por Mark quando estava totalmente perdido e indefeso ainda de brinde fora marcado. Uma ligação acima do casamento, mas importante do qualquer coisa. Cultuada e respeitada por toda a sociedade, uma escolha pessoal, uma ligação de alma. Como ele teve a coragem de cravar aqueles malditos dentes em seu pescoço? Subitamente se sentiu sujo e perdido, usado como um objeto.

Flashes da semana lhe atingiram como um relâmpago. Gemidos, arranhões e beijos lascivos. Sua coluna doía e seu quadril estava destruído. Mark continuava parado a sua frente totalmente indefeso como a maior cara de desespero e culpa que podia apresentar.

— Eu não queria fazer nada disso. Eu só queria te tirar daquela festa, Donghyuck, tinham tantos alfas em cima de você. – Tentou se explicar, mesmo sabendo que o amigo provavelmente lhe imobilizaria no chão e torceria seu braço até ele se partir em três. Porque Donghyuck era o ômega mais selvagem e indomável que conhecera, e ele não levava desaforo pra casa. Se tornaram amigos quando fizeram um trabalho em dupla e Donghyuck o defendeu de outro alfa babaca. Mark ficara surpreso na época, afinal, ser defendido por um ômega… Mas depois, surpreendente se tornaram inseparáveis como unha e carne, andando juntos aonde quer que fossem. Mark tinha tanto zelo por ele que até se metiam em confusões juntos. Um nível considerável de amizade. E ali estavam eles. Ligados por uma estupidez de Mark e seus instintos patéticos de alfa.