Não podemos ser amigos?

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Donghyuck estava observando Mark ajeitar o sofá com cobertores fofinhos e um punhado de travesseiros para si. Não podia deixar de se sentir um tanto quanto mimado por deixar Mark fazer tudo por ele desde que pisara em seu apartamento.

Porque Donghyuck amava ser mimado, e isso ele não negaria.

Assim que Mark terminou de arrumar tudo, Donghyuck se jogou no sofá, gemendo em protesto logo em seguida.

— Mark do céu, que sofá duro.

Mark corou dos pés a cabeça e então coçou a nuca sem graça.

— Eu sinto muito, eu tentei forrar bem ele pra que não ficasse tão desconfortável…

Donghyuck revirou os olhos e se enfiou debaixo do edredom gordo cor Marfim.

— Tudo bem, dá pro gasto.

O Lee mais velho suspirou levemente aliviado enquanto se dirigia ao seu quarto.

— Então… eu vou dormir. – Apontou para o próprio quarto, incerto. Mark ainda não tinha certeza se Donghyuck ficaria bem naquele sofá desconfortável.

— Boa noite.

O canadense sorriu, pegando Léia — sua gata —, no colo. Ela miou em resposta enquanto ronronava em seus braços.

— Boa noite. – Abriu um sorriso, se afastando e entrando no próprio quarto.

Assim que trancou a porta do próprio quarto, Mark deixou Léia sentada em cima da cama para pegar seu pijama, observando a gata se acomodar entre algumas almofadas fofinhas. Ele esperava que Donghyuck ficasse bem o suficiente naquela noite, só até que eles resolvessem aquilo.

Entrou debaixo das cobertas e então apagou a luz, sentindo o rosto ser beijado pela escuridão crescente. Suspirou e afagou as orelhas de Léia, sorrindo tranquilamente. Talvez Donghyuck se acostumasse com a ideia de dividir uma cama logo, e então ele poderia viver em paz. Ou não.

Só o tempo diria.

Eram três horas da manhã e suas costas doíam como o inferno na terra. Donghyuck estava deitado de barriga para cima, encarando o teto escuro com afinco. Ele não conseguia dormir.

Faziam algumas boas horas que Donghyuck estava com os olhos bem abertos, tremendo feito uma vara verde no escuro, bem aconchegado dentro do casulo de coberta que havia feito para si.

Claro que Donghyuck não era fã do escuro, nem um pouco. Mark deveria ter lembrado disso e ter deixado sequer uma lanterninha do seu lado. Mas ele meio que sentia pena do amigo, afinal, ele já tinha feito o bastante o acolhendo ali.

Com muita força, retirou uma das mãos de dentro do casulo que havia feito com o cobertor e alcançou o celular, mandando uma mensagem a Mark.

Escutou seu celular apitar ao longe e logo em seguida um resmungo preguiçoso.

Algo se moveu na escuridão, algo disforme e brilhante. Sim, seus olhos brilhavam na noite e seus dentes eram afiados. Donghyuck estava prestes a pular da sacada, quando um Mark sonolento e descabelado apareceu na sala acendendo a luz, revelando Léia parada no canto da sala.

— O que foi, Donghyuck? – Donghyuck pulou no lugar.

— Sua gata é o demônio, ela brilha no escuro. – Apontou para o bichano que se lambia tranquilamente.

— Não viaja Hyuck.

— É sério, eu tomei um susto tão grande...

— Foi por isso que você me mandou uma mensagem as… – Verificou o relógio. — três horas da manhã?!

Please don't bite. [markhyuck • abo]Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt