A cura

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País do Vento

Sábado

Sasuke não confiava em ninguém para mexer em seus olhos além da Sakura, que dormia pesadamente a poucos passos dali e não estava em condições nem para cuidar de si mesma. Ajoelhado no chão do corredor e agonizando, Sasuke quase desmaiava de dor pensando no que poderia fazer para cessar com aquilo.

Como aconteceu de madrugada, foi preciso acordar o Naruto e levá-lo até o Sasuke para convencê-lo a aceitar ser atendido pelos médicos do hospital ao invés da Sakura. Estava claro para todos ali que Sasuke não estava somente sob o efeito de uma dor lacerante, mas que provavelmente experimentava um ataque de pânico causado pela cegueira. Com muita conversa, Naruto conseguiu convencê-lo a ceder pelo seu próprio bem. Guiou-o para a sala de cirurgia e ficou o tempo todo por perto, ao alcance do toque para Sasuke não pensar que foi deixado sozinho.

Ele se sentia encurralado por estranhos, achava que todos queriam lhe fazer mal, ainda mais por estar em uma vila distinta e hostil à sua presença. Todo o trauma do seu tempo na prisão, principalmente aqueles relacionados às torturas e à piora da sua visão, transformaram o Sasuke em pura desconfiança quando se tratava de abaixar a guarda do seu corpo.

Para quem estivesse de fora da situação, poderia interpretar a cena como uma birra de adulto com aversão a hospitais, porém, para o Naruto e até para os próprios médicos que eram acostumados a tratar shinobis com históricos parecidos, aquele comportamento era comum e perfeitamente compreensível. Triste, contudo uma realidade para todo tipo de shinobi, não importava quão grande fosse o seu poder: a humanidade ainda era abalável.

Uma equipe médica fez os primeiros socorros e providências para exames. Foi preciso deixá-lo sob sedação para que todas as etapas fossem concluídas. O excesso de sangue na região que fazia pressão na parte inferior do globo ocular foi drenado, mas não completamente contido.

Buscava aliviar os sintomas e evitar um comprometimento maior da retina e da córnea. Reconheciam que não poderiam curá-lo ou reverter a situação, seja por falta de conhecimento ou dos recursos que os olhos do Uchiha precisavam. Ainda assim, o que fizeram em algumas horas foi o suficiente para Sasuke ficar os dias seguintes sem muitos incômodos além da faixa de proteção sobre as pálpebras.

Naruto esteve por perto praticamente a todo momento, saindo apenas nos momentos em que tinha certeza de que Sasuke não despertaria. Seja para comer, tomar banho, receber medicamentos ou troca de bandagens, Naruto tinha que estar lá, auxiliando a equipe médica.

Seu braço quebrado estava praticamente curado, o que não era surpresa para ninguém que sabia que ele era um jinchuūriki. Ele mantinha a tipoia só para continuar recebendo atenção e cuidados das jovens enfermeiras e médicas que cruzavam seu caminho ou passavam pelo quarto. Se tinha uma coisa que Naruto começava a desconfiar era que tinha algum fetiche por essas profissionais da saúde.

Já a Sakura permanecia em profundo sono. Passaram-se três dias e o seu corpo ainda pedia repouso. O sinal de esperança era o brilho do Selo Yin em sua testa que enfraquecia como se mostrasse que estava sendo menos necessário à medida em que ela se recuperava.

Para o time, aqueles dias seriam de profundo descanso e cuidados para conseguirem seguir missão.


Konoha

Segunda

2 dias depois

As coisas não iam bem no País do Fogo.

Tsunade recebera do próprio kazekage o aviso de chegada do Time 7 e a solicitação para encaminhá-los em uma segunda missão. Pelas condições físicas em que estavam, os três ficariam internados pelos próximos dias, o que não a deixava com outra opção a não ser concordar. A sua resposta demoraria esse mesmo tempo para chegar até o Gaara e provavelmente o time já estaria nessa tal missão.

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