A vingança

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País dos Rios

Naruto montou rapidamente o acampamento e correu atrás da Sakura floresta adentro. Ela realmente não tinha ido longe, pois em um minuto ele a encontrou mexendo em arbustos.

— Naruto, não embaça — reclamou após negar a ajuda dele pela quarta vez. — O Sasuke está igual a um papiro de tão branco. Precisamos comer logo.

— Ele está muito bem, Sakura. Agora sou eu quem está afirmando — afirmou jogando uma kunai na direção da copa de uma árvore. Segundos depois, algumas laranjas caíram aos pés da raiz.

Impressionada, Sakura aproximou-se para apanhar uma das laranjas. Usou uma kunai para parti-la ao meio e conferir se estava boa para consumo.

— Daidai? — o olhou incrédula. Naruto encolheu os ombros e sorriu, convencido. — Como sabia?

— O Ero-Sennin me mandava encontrá-las quando saíamos em missão — respondeu nostálgico, apanhando uma do chão para si e cortando uma lasca. — Para mim era um castigo. Eu sempre confundia com dekopon. Sabe? Aquela com um bico em cima — gesticulou. — De tanto ele reclamar, eu aprendi — sorriu, provando um pedaço. — Daidai são as únicas frutas que permanecem no pé quando o inverno chega. Nenhuma outra fica sem apodrecer.

— Há uma fruta muito parecida com essa que é venenosa.

— Sério? Agora entendo sua surpresa — colocou mais um pedaço na boca. — Isso aqui com certeza é o daidai do Jiraya-sensei — afirmou jogando a metade da fruta para ela provar. Antes que ela conseguisse provar, Naruto começou a tossir de forma desesperada e lacrimejar.

— Seu idiota!

Foi a primeira coisa que Sakura pensou em dizer ao perceber que não estava enganada, Naruto tinha sido estúpido o suficiente para comer um fruto tóxico e se gabar por isso.

Ela correu para ajudá-lo. Ele tossiu mais e depois não se moveu mais. Sakura só imaginou o quão potente aquele veneno deveria ser para apagá-lo tão rapidamente. Aferiu sua pulsação, checou sua respiração. Estava tudo certo. Quando aproximou-se mais do seu rosto para avaliar outros aspectos visíveis de envenenamento, erguendo as pálpebras dele para checar sua pupila, tão rápido quanto Naruto caiu duro, ele despertou. Jogou Sakura no chão, invertendo a posição e ficando em cima dela, a encarando de perto.

— Ficou preocupada? — perguntou galanteador, pervertido e todo cheio de si.

Antes que ela pensasse em arrancar-lhe a fuça ou xingá-lo de todos os palavrões existentes, ele a beijou. Não foi um beijo bom, mas foi um beijo e durou tempo o bastante para Sakura pensar em arrancar a fuça de Naruto e xingá-lo de todos os palavrões que conhecia, mas ela não o fez. Sua cabeça estava uma bagunça.

O que ela estava fazendo? O que ela queria? Quem ela queria? Por que Naruto mexia tanto com a libido dela? Por que Sasuke despertava todos os seus monstros reprimidos, e mesmo assim, era nele em quem ela pensava?

— Sasuke — ela sussurrou no meio do beijo, o que fez Naruto se afastar um pouco para olhá-la. — O Sasuke — ela tentou emendar para não parecer o que estava parecendo: que ela beijava o Naruto pensando no amigo dele. — Precisamos voltar.

Afastou-se dele e se levantou pegando as frutas que ainda estavam no chão e as ervas que havia encontrado. Não olhou para trás, só seguiu rumo ao acampamento. Estava embaraçada, mas mais do que tudo, incomodada.

Lembrava de Shizune comentando sobre a possibilidade de Naruto levar a Hinata ao Festival de Inverno, fora que ele havia passado a noite fora e chegou apaixonado. Só podia estar com ela. E para Sakura, nem era esse o problema, ciúmes da Hinata. Ela respeitava a história dos dois e sempre se meteu o mínimo possível. Contudo, se Naruto realmente estava se aproximando da ex-namorada, por que continuava forçando toda aquela intimidade física com a Sakura, como se fossem ficantes ou algo do tipo? Não era certo, e de certa forma, sentia-se até decepcionada por sentir na pele o desvio de caráter do Naruto.

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