Uma xícara de chá.

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Harry se lembrava de ter ficado chocado também quando o goblin lhe entregou um pergaminho com o levantamento de todos os bens em seu cofre. O nome da pedra se destacando no papel de forma fantasmagórica. Harry queria acreditar que era um engano e por isso foi acompanhado pelo mesmo goblin até seu cofre. Para seu total espanto ela estava mesmo lá, junto de duas das relíquias da morte, sendo essas a varinha e a pedra. 

mas, senhor... A pedra... Foi destruída. – disse para o funcionário do banco. 
- receio que não sr. Potter. Dumbledore e Nicolau Flamel passaram a pedra para o seu nome quando o senhor tinha dose anos, se bem me lembro. Dumbledore e Nicolau Flamel me pediram pessoalmente sigilo sobre essa transferência de dono. Ela é sua por direito agora. – falou ele.

- mas... Porque? - questionou. 

- eles acreditavam que você fosse precisar dele um dia. - deu de ombros. 
- e a varinha... Eu a devolvi para o túmulo do Dumbledore. 
- a varinha nunca foi uma propriedade, ela escolheu o senhor como dono assim como havia escolhido Dumbledore antes. Por tanto, agora ela pertence a você também, assim como a pedra e a capa. 
Harry sabia que os goblins levavam seu trabalho a sério e eram profissionais e silenciosos quanto ao que viam nos cofres, porém ele não conseguiu sair do banco sem pedir para que o goblin que cuida de sua herança não comentar com ninguém sobre o que tinha em seu cofre. A pedra já havia dado muito problema antes, Harry temia que ela pudesse voltar a causar novos transtornos. 

- espera, a pedra e a varinha estão lá? – perguntou Draco com os olhos arregalados. Ele não sabia nada sobre a varinha ou as relíquias até o fim da guerra, quando só então ele soube que não se tratavam de simples historias. 
- sim. Estão lá. – respondeu Harry. – e eu nem falei isso pro Sirius ainda. Ele deu um chilique com Dumbledore quando soube o que passei com onze anos pra proteger aquela pedra. 
- é de imaginar que tenha dado um chilique mesmo. – comentou Draco. - você quase morreu. - disse em um sussurro amedrontado, na epoca era jovem e inocente demais para enter isso.
- o que faz essa pedra afinal de contas? – perguntou Bella que assistia a conversa com curiosidade assim como os outros. 
- ela transforma qualquer metal em ouro puro. – disse Draco como se não fosse nada demais. – Ah, e ela também produz o elixir da vida, o que prolonga a vida de quem bebe, tipo imortalidade. 
- não existe imortalidade Draco. – disse Harry vendo os olhos da menina se arregalarem assim como Jacob e os outros lobos. – a maldição da morte ainda mata o bruxo que tomar o elixir ou qualquer ferimento grave. 
- sim, mas a ideia de não adoecer e morrer desperta a ambição de alguns, como... Voldemort. – comentou o loiro. 
- algo assim é perigoso. – comentou Carlisle. 
- você deveria destruí-la Harry. – disse Draco. 
- eu sei, mas... Não sei como destruí-la. – resmungou. – mas não se preocupe, os goblins não vão permitir outra tentativa de roubo no banco, isso pega mal pra imagem deles. – por fim Harry bocejou, não havia dormido quase nada. 
- Harry porque não sobe e tenta descansar? – disse Esme com ternura. – Edward pode ficar com você e nós cuidaremos do Jonathan. 
- acho que vou fazer isso mesmo. – se levantou acompanhado do vampiro e antes de se afastar ele olhou para Draco que parecia igualmente cansado. – você também deveria descansar um pouco Draco. 
- eu vou, mas agora eu acho melhor eu ir dar uma olhada na poção, não queremos que desande. – respondeu se levantando também e tomando o caminho do laboratório. 
Harry subiu as escadas com Edward ao seu lado e caminhou até o quarto que medroso enformou como sendo seu. Harry não prestou muita atenção a decoração, ele sentia os olhos pesarem e tudo que importava era a cama grande e aparentemente muito confortável. 
O moreno apenas deixou o corpo cair sobre a cama e soltou um suspiro aliviado. O som fora leve e satisfeito, Edward sorriu ao ouvir. Ele caminhou até Harry que já tinha os olhos fechados e delicadamente retirou os sapatos do menino e os óculos, pegou seu corpo com cuidado e o deitou mais ao centro da cama para que o mesmo não caísse. 
- obrigado. – disse Harry em um sussurro ao sentir ser coberto, uma risada musical chegou até seus ouvidos e depois sentiu o peso ao lado. 
- durma querido, eu ficarei aqui. – disse Edward depositando um beijo em sua testa enquanto o menor se virava para laçar a cintura do vampiro com os braços. 
Edward observou enquanto Harry dormia, ele sentia o desespero e a raiva borbulhando em seu peito, desde o momento em que soube que Harry havia se tornado o novo alvo de Victoria o Cullen não conseguiu deixar de se culpar. Ele achava ter atraido aqui para seu companheiro. A simples ideia de alguém ferindo seu Harry lhe fazia rosnar e querer despedaçar tudo que estivesse pela frente  
Edward havia abandonado a vida violenta, mas que Deus tivesse piedade da pessoa que ferisse Harry. O vampiro sabia que Victoria não iria descansar até matar seu companheiro ou estar morta, e ele nunca deixaria que ela ferisse o bruxo.
A ideia de matar foi aceita tão facilmente que por um momento ele teve medo de ter se tornado realmente um monstro. O Cullen afastou o pensamento e se concentrou nos sons que ouvia do andar de baixo. 
Carlisle tentava recusar o chá oferecido pela criatura estranha, o elfo insistia para que eles tomassem, dizia que iria saciar sua cede. Pelo que ele pode entender a criatura tinha medo que sua família ferisse alguém dentro da casa. Edward se lembrava de como a criatura pensava frenética sobre Bella ser algum tipo de lanchinho e o medo que a pequena criatura tinha de seu mestre ser o próximo e por isso ele insistia fervorosamente para que eles tomassem aquele chá. 
- Olá a todos. – Edward ouvi a voz do ruivo logo depois do som de fogo crepitando. – onde está o Harry? 
- ele está descansando. – disse Esme. – ele passou a noite em claro pensando em uma forma de deter Victoria. 
- senhor Weasley, aceita um chá? – perguntou medroso. 
- oh, isso é chá de raiz sangrenta? – o ruivo parecia empolgado e Edward franziu o cenho para o nome. Os lobos também acharam estranho o nome. – eu aceito sim. Sabe... Mamãe cultiva essa raiz na horta, quando pequeno eu sempre subia até o sótão para tomar uma xícara de chá com Sebastian. 
- essa planta é mágica? – perguntou Jasper. A curiosidade palpável em suas palavras. 
- sim, os trouxas não saberiam como cultiva-la... Vocês não vão beber? 
- eles só bebem sangue. – disse Quill, não havia acusação, apenas constatação. 
- deveriam experimentar... Eu não era nascido quando Sebastian apareceu na'toca, papai que o encontrou. Ele é um vampiro. E parecia bem assustado, papai disse, tentava se esconder e não deixava que ninguém se aproximasse dele. Ele se escondeu no sótão, papai tentou tirá-lo de lá, falar com ele, mas nada deu certo. – o ruivo contava a história dando pausas para bebericar o chá. – mamãe estava grávida do Percy na época, e eles tiveram medo que sebastian a atacasse em algum momento... Mas ele nem mesmo saia do sótão e mamãe começou a ficar preocupada, afinal, ele tinha que se alimentar em algum momento. 
“Ela até mesmo colocou no sótão pequenos animais, talvez ele se satisfizesse com sangue animal, mas um tempo depois de colocar os animais lá ela os encontrava andando pelos quartos e nas escadas. Papai contou que sebastian não aceitava sangue, era claro sua sede, mas ele não se aproximava de nenhum animal e quando papai tentava entrar ele ficava louco tentando fugir. Foi então que mamãe teve a ideia de plantar raiz sangrenta nos fundos da horta. Ela levou o chá da raiz para o Sebastian, a princípio ele também ficou desconfiado.” 
“mas a raiz tem um gosto diferente, pra nós bruxos tem um gosto forte e marcante, os trouxas não gostam do sabor, mas elas são cultivadas e vendida principalmente para vampiros porque para eles tem o gosto de sangue, sacia como sangue, até mais. Então eles não precisam caçar pessoas e serem pegos pelo ministério. Eu passei a tomar esse chá quando tinha cinco anos, Fred e George tinha me pregado uma peça aquele dia e eu estava muito chateado com eles... Fui até o sótão para me esconder, Sebastian parecia ter mais medo de mim do que eu dele, mas conforme passava o tempo ele se acostumou comigo lá e me ofereceu uma xícara.” 
“Depois disso eu ia sempre tomar chá com ele e até jogávamos uma partida de xadrez bruxo de vez em quando. Ele ainda não sai e não gosta de pessoas entrando lá, mas ele vive bem só com o chá.” 
- que maneiro. – depois de segundos de silêncio a voz de Jared tirou risos de alguns.
Um deles foi Edward que levou seus olhos até Harry que dormia tranquilo e alheio a tudo. O vampiro queria saber que mais segredos e mistérios o mundo do qual seu companheiro saiu guardava. 

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