É ele.

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Mais um dia como outro qualquer para a família Cullen, Edward havia acabado de chegar de uma caçada com os irmãos Jasper e Emmett quando a conversa dos presentes na casa lhe chamou a atenção. 

- morador novo? – perguntou ouvindo os pensamentos de Alice. 

- sim, eu o vi entrar na cidade, mas não consigo vê-lo no momento. – disse pensativa.

- e o que tem de mais em alguém novo na cidade? – perguntou Emmett abraçando Rosalie. 

- eu não consigo ver seu rosto, mas sinto que nossos futuros vão mudar por conta desse novo morador. – disse ela. 

- perigo? – perguntou Jasper abraçando protetoramente a baixinha. 

- não sei dizer, as visões com ele é... Difíceis de entender. – franziu o cenho. 

- em todo caso ficaremos em alerta com essa pessoa, pode ser um espião dos volturi. – comentou Carlisle. 

- vou falar com Jacob, é melhor então ficar de olho na Bella também. – falou Edward. 

- sim, seria bom mesmo. – concordou Esme. – e como ela está, Edward? 

- ela está bem. – comentou. – foi melhor assim, nosso namoro não era saudável. E eu não podia prende-la á mim quando estava óbvio que não daria certo.

- não se preocupe querido, você ainda vai encontrar sua companheira de verdade. – Esme tocou o braço do rapaz e lhe sorriu maternal. 

- assim espero. – murmurou. 

Edward não tinha esperanças de encontrar a pessoa certa, tantas décadas se passaram até ele encontrar Bella para no fim eles perceberem que havia sido um engano, o sangue dela só era muito tentador para ele ao ponto de confundir seus sentidos, mas não era ela. Não era sua companheira eterna. 

E ele precisou ir para a Itália para descobrir isso, e agora a vida da garota corria perigo, se os vulturi descobrissem que eles não estavam mais juntos, e a mesma ainda era humana e sem chance de um dia se tornar vampira, eles tentaria mata-la, tentariam matar toda sua família.

Dois meses se passaram desde a primeira visão de Alice com o novo morador, até a enfim chegada da pessoa em um final de semana. Na casa da família Cullen as coisas se passaram o mais normal possível, para uma família de vampiros.

Quando amanheceu na segunda, o dia frio e chuvoso em nada incomodou os cinco vampiros que saiam para mais um dia escolar. Edward foi com Alice e Jasper em seu carro, Alice muito inquieta dizendo a toda hora que o morador novo estaria lá, e com a Bella. 

O que foi um pouco preocupante já que ela não conseguia ver direito o futuro do mesmo, e nem suas intenções.

Estacionou seu carro e esperou até uma moto desconhecida parar a sua frente do outro lado de estacionamento, a caminhonete vermelha da Bella parando bem ao lado. 

Edward observou atentamente o piloto descer e tirar o capacete. Ele era pequeno, a mão bagunçou os cabelos pretos que já estavam naturalmente bagunçados, dando ao garoto um ar descontraído e único.

Edward podia sentir o cheiro do mesmo, cheiro de lírios e chocolate, tinha ainda um terceiro perfume que se destacava, mas que o vampiro não conseguia identificar. Era delicioso, de uma forma diferente da Bella.

Os três Cullen se aproximaram dos dois humanos e Edward sorriu ao ver como o garoto pulou ao se assustar com Alice. 

Aparentemente era um garoto distraído, os olhos dourados ficaram presos por longos segundos no rosto do outro, os  seus olhos de um verde intenso que Edward nunca virá antes,  estavam quase escondidos atrás de óculos redondos que davam a impressão de inocência os grandes e brilhantes olhos, porém pareciam carregar tanta coisa, tanta dor e tristeza, que o mais alto se viu tentado a abraça-lo. 

Sentiu vontade de tocar a pele para ter certeza de que era tão macia quanto aparentava ser, acariciar os cabelos desordenados que estavam ficando molhados por conta do chuvisco que caia. E descobrir o verdadeiro sabor dos lábios vermelhos.

Saiu de seus pensamentos quando notou que o pequeno lhe encarava, seu rosto em choque fez Edward se perguntar se ele havia deixado escapar em seu rosto alguma coisa do que pensava, mas os pensamentos de Jasper lhe dizia que o rapaz estava surpreso em vê-lo, e eles se perguntaram porque o moreno também sentia culpa. Pensou que talvez o menor tivesse o confundido com outra pessoa.

Foi quando se deu conta de que não estava escutando os pensamentos do garoto. Tentou se esforçar para ouvir, porém não conseguiu.

Não era como a Bella que simplesmente não parecia que ela estava pensando, era mais como se ele estivesse mergulhado debaixo da água, bem profundo e tentasse ouvir o que se passava na superfície, ele sabia que o garoto estava pensando, no entanto os sons não chegavam até ele, presos em uma espécie de bolha, um murro que mantinha Edward fora e com os ouvidos tampados. 

Ele viu o garoto partir com Bella depois que Edward inventou uma desculpa esfarrapada para a pergunta feita a ele, e se deu conta de que não tinha prestado atenção na conversa antes disso, o menino ainda se virou para olha-lo e o vampiro sentiu seu corpo se arrepiar, os olhos dilatarem e a vontade de correr atrás, segurar o moreno em seus braços e rosnar “meu” para qualquer um que se aproximasse. Chocado com esse pensamento Edward fugiu o mais rápido que podia dali. 

Durante todas as aulas ele só conseguia pensar no garoto de olhos verdes, Alice parecia radiante quando constatou que o menino não era uma ameaça e sim o companheiro de Edward. 

Meu companheiro mesmo? Pensava ainda digerindo aqueles sentimentos, ele nunca ficou assim com a Bella, tinha sim o sentimento de proteger a garota, mas não de forma tão intensa como era com o garoto que descobriu se chamar Harry.

Nem aquela necessidade de tocar, de cheirar ou marcar que ele sentia pelo menino, era frustrante estar longe do garoto, sua mente não conseguindo se concentrar em nada. Outra coisa que notou foi que apesar do cheiro delicioso do moreno, ele não sentia sede perto do garoto, muito pelo contrário, era como se aquele cheiro saciasse sua sede.

Algo que nunca aconteceu nem quando ele abandonou a vida de vampiro pacífico para matar pessoas e se alimentou quase todos os dias.

Encontrei meu companheiro, e isso está me enlouquecendo. Pensou bufando ao adentrar o refeitório. Respirou fundo ao ser atingido pelo aroma de seu companheiro logo na entrada. Esse é o melhor perfume de todos.

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