tempo

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Entendo o tempo como um agora que se estende, transpasso entre camadas temporais e nada quero saber do sol, já que dele não tenho a presença.
Já que o dia amanheceu, procuro seus espaços e como molde perfeito adentro as peças do karma, ele sempre volta.
Mas não o tempo, ele se estende como água em plenitude infinita, maré viva, e como o universo, há sempre um buraco negro, vazios não preenchidos com o tempo.
Não-matéria redundante.
Meço o tempo em curvas que se formam em minha face serena.
Tempo, tempo, tempo....

a ausência do corpo que grita
a ausência da mente que implora
passam se as horas, os dias, memórias
e tudo volta após o fervor do agora

e tudo se torna vácuo
em tudo, mergulho em mim e meu aconchego vale mais que acompanhantes baratos.
imploro por certezas. mato.
dei as mãos ao alter ego desse mundo jogado aos ratos
nato na arte de se acolher, renovação é o caos de pertencer.

Entrei ao ponto de me esconder e a fase de aceitação jaz uma bela amiga, faz tempo, digo, sou Louca.
Sou velha, sou solta, sou rouca, sou tosca
almirante abandonado em meio à guerra
contra a paz.
E se te contentas meu mero anseio, te nomeio de um mero traste,
sou de dar meu mundo inteiro, se não dei
não tens a arte.
Me sinto transbordar expectativas,
não trabalho sob pressão —dizia meu coração
no momento de nossa despedida direi se fico ou não.
Mas o tempo todo eu fico..

outrora penseiOnde histórias criam vida. Descubra agora