diga ao povo que poetizo

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os dias cada vez mais demorados,
os anos cada vez mais rápidos,
a vida cada vez mais intensa.
o tempo me deu rasteira,
novamente me dei conta da fragilidade;
mais uma vez um fio se rompeu.
de novo e de novo me surpreendendo com aquilo que já esperava:
os dias cada vez mais sujos,
os anos cada vez mais negros,
os negros cada vez mais caros,
o dinheiro cada vez mais banal,
o banal sempre atrás do poder,
o poder cada vez mais corrompido,
a apropriação cada vez mais cultural,
a cultura sempre rica,
a riqueza desvalorizada,
só há valor na matéria.
o espírito que não morre já ressuscitou 3 vezes e ainda sente pontadas na áurea.

o foco fora da pobreza.
nas escolas não há clareza.
virtude? coisa de careta.
ideologias mais falhas que o doutrinamento exacerbado,
doutrinas cada vez mais em prol do poder, e do estado.
o poder novamente na mão de um ser
que quer enriquecer,
enriquecimento pra mim é sabedoria.
sabedoria cada vez mais escassa,
há casas banhadas em ouro
outras sem água gelada.

os dias cada vez mais tristes,
felicidade cobrada em juros,
cada vez menos ar puro,
o brasil está de luto.
na luta estão os que buscam
menos alienação, mais estudo.

diga ao povo que poetizo
por eles
para tornar o ódio
em luz.

outrora penseiOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz