The bad guy

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Quem visse Jungkook daquele jeito – camisa preta fechada até o último botão, cabelo bem cortado e penteadinho para o lado, roupas recém-lavadas (por ele mesmo) com cheirinho de amaciante, mochila nas costas e sorriso de garoto exemplar –, sequer imaginaria o depravadinho que ele era debaixo de todas aquelas camadas. Pela tira de couro em volta de seu pescoço, que aparecia quase nada por ser da mesma cor da camisa estrategicamente escolhida, dava para ter uma ideia. Eu estava sentada ao balcão da cozinha, livro numa mão e caneca de café na outra, quando ele saiu do quarto me cumprimentando com seu costumeiro "bom dia" sorridente.

– Bom dia, Jungkook-ah – captei o detalhe quase imperceptível em seu pescoço. Meus olhos eram bem treinados para aquele tipo de coisa. – Espero que tenha se "vestido" do jeito que eu mandei.

Ele deu uma coçadinha na cabeça, visivelmente encabulado.

– Aish, noona... Se alguém perceber, vou morrer de vergonha.

Larguei o livro sobre o balcão e caminhei em sua direção. Ao me aproximar, ele prontamente envolveu minha cintura. Toquei a caneca de café ainda quente em seu rosto. Ele fechou os olhos e estremeceu, mas não se mexeu.

– Você quer me marcar também? Todo mundo já sabe que eu sou seu...

Afastei a caneca e beijei onde estava quente. Brinquei com a ponta do dedo na coleira de couro preto.

– Aquelas garotas e aquele garoto na porta da sua faculdade ontem... Eles não pareciam saber. Não se comportavam como se soubessem... – me referia aos três jovens que compunham com Jungkook seu quarteto de cordas. Duas garotas, Kim Yongsun e Moon Byulyi, que tocavam respectivamente o segundo violino e a viola, e um rapaz, Kim Taehyung, responsável pelo violoncelo. Jungkook havia me falado sobre eles, mas confesso que sequer tinha visto seus rostos com nitidez. Avistava-os sempre de longe, na porta do campus e, na ocasião em que assistira à apresentação do quarteto, meus olhos foram incapazes de abandonar Jungkook.

– Noona, você tá com ciúme?

– Não é bem ciúme, Kookie... Eu só quero que você se lembre de mim, que pense no que vamos fazer quando chegar em casa da aula.

– Sabe que eu já penso o tempo todo, né? Tive que aprender meditação pra quando tô em público e não posso ficar duro pensando em você...

Tive que rir. Ele me acompanhou.

– Meditação?

– Tô rindo mas é de nervoso. Meditação sim, noona. É a única coisa que dá jeito... – ele me deu um selinho tímido. – Você vai me levar hoje?

– Só se você quiser, bebê.

– Mas é claro que eu quero.

De fato, eu estava longe de ser ciumenta, mas sabia que aquele jogo o excitava. Jungkook adorava sair por aí exibindo sua "dona", por mais que se fizesse de rogado ao expor sua timidez, ele curtia mais que tudo se sentir inteiramente sob o meu poder. Antes que ele se vestisse, eu havia escrito em seu quadril, na pele lisinha logo acima da coxa: "noona's good boy". Além da frase e da coleira, seu visual se completava com um harness de coxa e, minha parte preferida, nosso costumeiro plug anal.

Deixei-o de carro na porta da faculdade e observei-o se afastar depois de um sorriso e um beijo casto. Senti uma vontade imensa de me masturbar ali mesmo, enquanto o via interagir com os colegas, lembrando da delícia que era seu corpo debaixo de toda aquela roupa, das coisas que ele me permitia fazer com ele... que implorava pra que eu fizesse. Mas também queria me preservar até sua volta. Me lembrei do que ele havia falado, sobre suas "técnicas" para evitar a excitação, e ri sozinha de sua inocência. Se Jungkook usava meditação, eu tinha o trabalho intelectual como refúgio. Há poucos dias, havia começado meu mestrado em literatura e andava louca entre a universidade e os eventos literários que minha editora insistia para que eu comparecesse a fim de divulgar meu livro recém-publicado. Mesmo assim, sempre arrumava um tempo para satisfazer meu menino precioso. Ou ele me fazia arrumar. Não era raro me acordar no meio de noite, se esfregando em mim, desesperado, sussurrando pra que eu o deixasse me comer ou que pelo menos o tocasse. Uma vez, chegou a me oferecer a cinta, pedindo que a vestisse pra que ele pudesse se aliviar. Jungkook queria foder o tempo inteiro e, quando eu não estava trabalhando, precisava dar conta daquele fogo todo. Não que meu caso fosse diferente. Ficava me perguntando se seria possível alguém desejar outra pessoa mais do que eu desejava Jungkook.

Good boy 2Where stories live. Discover now