Fools • jjk + pjm

∞ nothing is eternal ∞

How long does the eternal last?

Com os dedos entrelaçados entre suas próprias mãos, tentando conter a respiração que parecia lhe faltar a cada mísero segundo que se tocava para onde estavam indo, Jimin olhava pela janela sentindo-se cada vez mais sufocado por cada curva que o veículo dava, o tempo parecia funcionar de outra forma, conseguia notar os mínimos detalhes das vidas das pessoas através daquela janela. Sua mente o traia ao pensar no que poderia esperar, e pela primeira vez pensou que tudo que ele mais queria era que tudo fosse uma piada, que eles chegassem ao destino, que lá estivessem todos prontos para rir da sua cara mais uma vez, rir da sua ingenuidade por acreditar em mais uma das brincadeiras que as pessoas fariam a ele. Preferia ser humilhado por todos outra vez, que ele estivesse mesmo mudado, preferia que os sentimentos fossem pisados todos os dias como antes. Preferia tudo aquilo do que a dor que se agravava em seu peito, dor essa que teve que engolir a seco assim que não escutou mais o barulho do motor do carro.

Eles tinham chegado.

Cancer center, seoul hospital.

Pelo retrovisor Yoongi observava o rosto abatido do mais novo, os olhinhos inchados por conta das vezes que este acabou em meio a lágrimas no caminho, as mãos juntas com os dígitos brincando entre si em uma forma de buscar força sozinho, o loiro sabia que Jimin jamais iria admitir precisar de ajuda agora. Não. Ele iria querer ser mais forte do que nunca, mas não ser forte por si mesmo, ele queria ser forte por conta daquele garoto. Suspirou em frustração antes de destravar as portas, tendo como resposta um pequeno aceno com a cabeça.

_ Tenho que ir com você, mostrar onde ele está. - A voz soou cada vez mais acanhada, talvez estivesse com medo de receber o ódio do outro, por mais egoísta que tivesse soado em não dizer nada, ele não tinha feito aquilo por ganância ou capricho. Yoongi acompanhou todo o sofrimento de Jimin por todo esse tempo, tudo que ele queria era proteger o seu garoto, por mais que não fosse o certo manter todo aquele segredo, ele sabia que a última coisa que o menor precisava era de mais anos ou meses de sofrimento. Vai saber quanto tempo aquele garoto ainda teria.

E mais um aceno tinha sido sua única resposta, logo ambos tinham saído do veículo para dar de cara com pessoas saindo e entrando do local, médicos, enfermeiros, pacientes... Yoongi olhou de relance como quem dissesse um "me siga" ao outro, que acompanhou o caminhar. Passando pelos primeiros degraus, assim como pela janela do carro tudo parecia funcionar em câmera lenta, ao olhar de volta para os pacientes que estavam saindo do local teve uma mínima esperança com a expressão de alegria de um deles, provavelmente ele teria se recuperado bem e logo estaria em casa com todos que amava. Talvez aquele sentimento tenha sido uma pequena esperança.

Não demorou até que estivessem adentrando os corredores feitos por aquelas paredes claras, tudo parecia ter aquele cheiro forte de álcool e entre outros remédios que poderiam ser utilizados. O ambiente frio trazia consigo aquela aura carregada de centenas de pessoas que já estiveram ali, e também de centenas que permanecem em seus últimos dias ou até mesmo preparados para retornar para casa. Jimin não conseguia expressar o quanto odiava todo aquela ambientação, todos os sentimentos de pesar que o local lhe trazia então apenas encolheu-se para abraçar o próprio corpo por sentir o gélido vento do ar-condicionado forte daquele espaço. Em passos até mesmo lento demais para o seu próprio gosto ele finalmente notou o corpo estabilizado do amigo em frente ao que parecia ser uma ala separada do hospital, inúmeras portas tendo um longo espaço entre cada uma, não havia ninguém naquele corredor ou ao menos um sinal de vida, o mínimo barulho era apenas dos sapatos de ambos para o piso reluzente.

_ 246. - A quebra do silêncio veio de Yoongi, ditando somente aqueles simples números que logo Jimin notou ser referente aos que tinham na porta de casa quarto. Ainda sem resposta para tal coisa o mais novo somente observou atentamente os números em casa porta, até notar que ambos ali estavam parados bem mais próximo de uma, a que estava o número "246" gravado na frente. Yoongi esticou a palma da mão em direção a maçaneta, em um ato como se incentivasse o menor de adentrar o que quarto por si mesmo. Não exitaria nisso, sua destra apertou a gélida maçaneta metálica por mais tempo do que o esperado. Estava ali, era só virar, não precisava mais esperar como esperou por todo esse tempo. Por que era tão difícil?