Prólogo

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Estacionei meu carro na minha vaga da Westhigh, eu amava aquela escola, ela era o meu lar, onde eu encontrei uma família além do meu pai, era bom ser acolhido

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Estacionei meu carro na minha vaga da Westhigh, eu amava aquela escola, ela era o meu lar, onde eu encontrei uma família além do meu pai, era bom ser acolhido. Talvez alguns falem que eu só acredite que essa escola é um lar, por ser quem eu sou, um jogador de baseball, considerado "privilegiado", por ser interessante ao olhar alheio. Egocêntrico e Narcisista eram os elogios que recebia. Qual o problema em seguir a sua vida sem se preocupar com as dos demais? Qual o problema em transar com alguém e depois não ligar para ela? Qual o problema em me olhar no espelho e me achar maravilhoso? Qual o problema em pouco me foder para que pensam?

Começo a caminhar em direção a entrada principal da Westhigh, no intuito de não me atrasar para a aula de geografia, a professora Adams pode ser chata quando quer, e para ter um ano próspero no baseball tenho que ter o apoio dos professores caso aconteça alguma merda com as minhas notas. Ajeito a mochila nas minhas costas e vejo que meu retrovisor lateral tem uma marca de dedo. Mais precisamente uma digital. Pequena. Da pequena Megan. Minha vizinha à três meses. Desde o início do verão.

Nunca vou me acostumar com o início dos anos escolares, tem duas semanas que já encaro a minha rotina novamente. O verão foi incrível, memorável. Festas, garotas universitárias, bebidas, e eu estava tão focado em passar em alguma universidade, que esqueci de fazer o trabalho de redação. Ler um livro e fazer um resumo dele. Detalhamente. Bufo pela digital e decido continuar o meu caminho.

Um carro totalmente preto para na entrada, o brilho do carro ofusca a visão, mas quando a porta traseira se abre, descobri que ela era linda. Savannah Gaweks. A garota sem coração, fria e calculista, segundo os boatos que circulam pela instituição.

Seu rosto estava coberto pelos seus fios dourados, seu rosto estava angelical. Mas a expressão era péssima. Sua face demonstrava insatisfação. Mas os seus olhos pareciam o mar revolto, seus cabelos esvoaçavam deixando-a mais encantadora. Ela era misteriosa, tudo que sabíamos sobre Savannah Gaweks era por algum artigo ou reportagem do jornal local. Filha única, extremamente rica, bonita, e educada. Essas eram as coisas pelas quais ela era elogiada. A garota era solitária, pelo menos no ambiente escolar, sua única amiga era Ivih Wood, da mesma classe social.

A garota vivia enfurnada na biblioteca, eram privilegiadas as pessoas que já escutaram a sua voz, eu era uma delas. Escutei ela apenas duas vezes, durante um seminário de história sobre a guerra civil, e quando ela estava no laboratório e deixou um béquer cair no chão e quebrar deixando um belo de um "merda" se proferir de seus lábios. Ela era tão bonita quanto as garotas da Westhigh, mas ela tinha algo a mais, talvez o mistério, ou porque ela nunca teve um relacionamento com algum aluno como se era de costume. Só esperava saber mais quem era Savannah Gaweks.

Segui meus passos até a porta da escola, abri ela de supetão como nos três anos anteriores. Andei por mais três corredores até chegar no meu armário. Iria apenas pegar um caderno para a aula de álgebra que era após a de geografia. Segui minhas aulas. Até o treino. Hoje nosso treino seria reduzido pois o treinador Kips precisava ir ao cardiologista. Após estar devidamente uniformizado, com a roupa de treino, peguei a luva e a bola, e segui pelo campo. Hoje a arquibancada estava vazia comparada aos outros dias. Já que lá era ponto de encontro de fumantes, casais com hormônios a flor da pele, e aqueles que matavam aula dormindo.

—E aí Ross!—Treinador Kips me cumprimentou.

—Como vai senhor?—Sorrio.

—Além desse pequeno incômodo no peito, tudo mil maravilhas.—Disse alegre.

—Espero que o senhor melhore.—Bato amigavelmente nas suas costas.

—Pelo visto o número de espectadores hoje é pequeno.—Disse apontando para a arquibancada.

Olhei na direção que ele apontou, na esquerda estava alguns garotos, provavelmente matando aula, já no meio um casal quase se engolindo, mais distante a direita, duas garotas conversando animadamente, semicerrei meus olhos para poder ver mais, até que vi que, aqueles cabelos ainda mais dourados pela luz solar, era de Savannah, ela estava tão bonita hoje, ainda mais agora que ela estava rindo de algo que Ivih falou.

A única coisa que eu não podia era estar me apaixonando por Savannah, não a garota fria, "sem coração", misteriosa. Era uma paixão tão estranha, porque eu nunca havia conversado com ela ou sequer chegado perto. Mas ver ela me dava uma sensação de felicidade, sabe quando o coração acelera e a respiração fica entrecortada? Então essa era a sensação que Savannah Gaweks me causava. Sem ao menos saber.

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