Baseado nas reflexões de Clarice Lispector em Paixão Segundo G. H.
De meu perfeito jarro, despejam-me em um novo recipiente de uma disforma. Suas bordas me arranham. Suas curvas me cortam. Sua superfície me sangra. Há vazios que me vejo na impossibilidade de preencher dentro desse espaço que é tão confuso para a minha própria confusão. O fundo é demasiado estreito para minha base e o topo me é inalcançável. Desespero-me e desanimo em minha substância. Deslocada, não me pertenço mais nessas novas paredes de vidro. Mas é o que resta e não há qualquer furo nesse vaso que me permita escorrer para longe.
Todavia, eu cicatrizo e esgueiro-me de acordo com as linhas que delimitam o meu caótico estado paradoxal. Tiraram-me de mim, mas agora sou outra. Fatiada em nova forma. Tiraram-me de mim e esbanjo-me na complexidade para aquilo que nunca reconheci. Por fim, ocupo os vãos desocupados, tomo a forma do jarro e retorno à perspectiva renovada identidade.
💫 Mudei de ideia. Não consigo dar esse livro como finalizado, apesar do meu foco ser outro. Não estou com muita inspiração agora, mas ainda quero escrever minicontos aqui. Ainda assim, sei qual vai ser o último miniconto. Estou guardando ele por enquanto.
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💫 Confira minha nova obra de poesias no meu perfil. "Onde choram os pássaros" está disponível para leitura. ❤
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Onde nascem as estrelas
Poésie✔ | O corpo celeste confronta a combustão interna pelo seu lugar no espaço vazio. Depois de tantas orbitais em neurônios, ele escorre dos olhos e vai-se como tinta sobre o papel. Dessa pequena matéria explosiva, um novo universo se expande. Minicon...