》 Poesia IV

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Aquela pessoa, o que ela quer?
Ela anda lenta. O que é?
O que quer, indivíduo?
Me olha estranho, deve ter
Deve ter algo subentendido
Não, não estou sendo confundido
Alguns sentidos construídos
Debaixo dessa pele, essa pele
Não há o porquê de ser
De ser escura assim
Se não for para esconder
uma intenção, assim
De levar algo de mim
Quer a carteira?
Quer o celular?
Quer minha chave?
Vai roubar. Só pode ser.
Cê vai roubar.
Se não, não ia te ver andar
Atrás de mim
Na minha frente
Do meu lado
Pele escura, deve ser, só se for
Para esconder algum terror
Certeza tenho eu. Que horror.
Que pavor.
Meu Deus, proteja-me, por favor.
Até que esse ser que não pode ter amor
Vire a próxima esquina aqui na frente
Sumindo da minha vista
Que vá, desgraça, vá.
E deixe-me aqui a pesar
A amargura da minha própria mente
Negligente com gente
Como a gente.


💫 Sei que muita gente vai entender, mas... Isso é uma:
C R Í T I C A       S O C I A L
Não um discurso de ódio. A visão do eu lírico não é a minha visão.
Obrigada, boa noite.

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