Uma falsa fantasia

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Eu estou terminando a coluna do jornal do final de semana. Concentrada na tela. Cada linha sendo escrita rapidamente. O texto chegando ao fim.

- Amor – eu sinto um vento quente na minha nuca.

- Ahh – pulo da cadeira de susto, toda arrepiada.

- Desculpa - meu namorado ri me dando um beijo rápido na bochecha. Eu o olho furiosa. Ele pega a cadeira que está um pouco afastada e se senta ao meu lado – Escrevendo o quê?

- Como você entrou na MINHA casa?

- Mi casa, su casa.

- Nada disso - eu tento tapar a tela do computador, enquanto ele luta para ler - Não, ainda não está pronto.

Ele pega meus pulsos com um mão e a outra começou a fazer cosquinhas na minha barriga. Levanto as pernas em busca de proteção.

- Para – digo gargalhando.

- Me deixe ver – ele diz no tom divertido.

As minhas pernas o estão impedindo completamente, e ele apoia a mão livre no braço da cadeira.

- Nunca - digo tentando ficar séria e com cara de mau.

Ele desliza a mão livre pela minha perna lentamente. E eu vou ficando arrepiada. Sua mão alcança minha coxa e aperta de leve. Eu não consigo tirar os meus olhos dos seus, e eles estão pegando fogo.

- "Não é como se escolhêssemos por quem nosso coração vai se apaixonar. É inevitável. Acontece e a gente nem percebe..." esse é o tipo de coisa que a gente só diz para o namorado, sabe? - ele solta os pulsos e vira a cadeira para ele e inclina seu tronco para mim. As suas mãos colocam as minhas pernas no chão.

- N-não é não. V-você pegou a frase fora de contexto...

- Não sinto firmeza – ele abre as minhas pernas lentamente.

Acho que perdi o juízo. Eu não consigo mais controlar meu corpo. Sinto as minhas pernas fracas demais para ceder aos toques. E as suas mãos estão enviando eletricidade para todo meu corpo. Como a tão pouco tempo eu quero tanto?

- Achei que essa fosse uma daquelas partes de um romance em que o garoto ou a garota que estão apaixonados se entrega a aventura do amor, mesmo sendo contra a sociedade, família...

Ele me puxa para seu colo vagarosamente. Suas palavras não estão sendo absorvidas pelo meu cérebro. Só consigo me afundar nos seus olhos que me hipnotizam enquanto meu corpo entra em combustão.

- Por que você não me conta o que isso significa no seu texto? – ele me puxa vagarosamente para mais perto. Sinto a sua ereção? Ai meu Deus! – Me explica o contexto, linda – ele sussurra no meu ouvido.

Ele mordisca minha orelha e desce até a minha boca com beijos rápidos e molhados. Fecho os olhos me deliciando nas sensações. Arfo nos seus toques suaves. Me inclino na sua direção esperando o beijo que não vem. Abro os olhos e encontro divertimento nos olhos do meu namorado.

- O que foi? Estou com bafo?

- Ainda quero a resposta – ele diz tentando se manter sério.

- Esquece isso – falo baixinho, acariciando seus cabelos mas rapidamente começo a ficar desconfortável pelo silêncio e a inatividade dele, então, tento levantar do seu colo. Mas suas mãos vão direto no meu quadril para me manter parada.

- Aonde pensa que vai? – diz deixando seu hálito bater no meu pescoço e me causando um pequeno espasmo – Se eu soubesse que você não resistiria ao meu charme, eu teria insistido antes – eu devo ter ganhado uns três tons mais vermelho.

1869Where stories live. Discover now