Capítulo 3

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Quarta-feira.

Ser legal com a Cooper. Ser legal com a Cooper. Ignorar a Blossom. Ignorar a Blossom.

Quarta-feira. Terceiro dia de aula e esse tem sido o meu mantra desde que pus a cabeça no travesseiro ontem à noite. Sim, eu decidi que ignorar a outra lá é a opção mais viável para mim. Se ela pode me ignorar por que eu não posso fazer o mesmo com ela? Tanto posso como farei. Ela não vai mais me afetar, nem aquele sorriso dela, muito menos com seus olhares, não vou comentar sobre seu cabelo, também não vou citar sobre o jeito sem jeito para nada, que ela tem. Tudo isso será um nada para mim. Chega disso, chega de pensar nela. Acabo de criar um sistema anti-Cheryl!

Me olhei no espelho e sorri convencida e orgulhosa de mim mesma. Peguei a mochila e desci encontrado meus pais e meus irmãos na cozinha.

— Bom dia para vocês. — Falei antes que me chamassem a atenção por não cumprimentá-los. Sentei e tomei meu café da manhã conversando com todos. Sem dúvidas o meu humor estava radiante por eu ter decidido como lidar com a minha paix... digo, com o meu encantamento por uma certa pessoa.

— Vou indo nessa. — Falei já me levantando e levando os pratos à pia.

— Vá com cuidado e vem cá me dar um beijo. — Sorri e fui até minha mãe e beijei sua testa. Depois fui até o meu pai e fiz o mesmo.

Em alguns raros dias de minha vida eu conseguia ser uma boa filha e agia assim com meus pais. Mas apenas nos raros dias em que eu estava feliz com alguma coisa.

— Agora tchau mesmo, Veronica vai me matar se eu me atrasar. — Me despedi definitivamente e saí.

Corri até a casa de minha amiga. Ela já estava esperando na escadaria, coisa rara de se ver. Geralmente eu tinha que ficar eternos minutos esperando por ela.

— Atrasada. — Disse Veronica batendo o dedo indicador no relógio que estava em seu pulso.

— Dois minutos! — Me defendi olhando o horário no relógio dela.

— Mas não deixa de ser um atraso, ainda mais para quem está sempre adiantada. — Revirei os olhos e dei de ombros para então seguirmos rumo à escola.

Estávamos em um silêncio estável. Eu caminhava olhando para o chão e Veronica fazia o mesmo. Paramos em uma faixa de pedestres e aguardamos nossa vez de atravessar.

— O que sua mente está maquinando, hein? — Ela perguntou me empurrando de leve com o ombro.

— Como assim?

— Te conheço. Para você estar com esse humor feliz é porque sua mente está a mil por hora maquinando alguma coisa. — Acabei rindo com isso.

Hoje a minha vida vai mudar para melhor, Veronica!

— Nada demais. Só pensei no que você disse ontem e decidi que colocarei em prática. — Dei de ombros.

— Sério? — Perguntou como se não acreditasse.

— Super sério. — Fiz sinal de positivo com a mão.

— Bom saber que essa sua mente serve para algo mais do que acumular vento e pensar em Che... OUCH! — Dei um tapa em seu braço.

— Melhor nem continuar sua frase. — Ela resmungou enquanto passava a mão pelo braço. Puro drama! Juro que nem foi forte, foi só um alerta!

Os carros, enfim, pararam e pudemos seguir nosso trajeto. Estava tudo mais do que planejado para o dia de hoje.

Qual é? É fácil ignorar todas aquelas coisas que aquela pessoa me faz sentir. É fácil desviar caso ela me olhe. É fácil ficar perto dela e não falar com ela. É fácil respirar o mesmo ar que ela. Fácil. Isso aí.

𝐩𝐚𝐫𝐞𝐜𝐞 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐟𝐚́𝐜𝐢𝐥 𝐧𝐨𝐬 𝐟𝐢𝐥𝐦𝐞𝐬 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢 Where stories live. Discover now