zhong chenle é meio mentiroso;

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em cinco minutos de apresentação do trabalho deles, o professor de biologia surtou como se chenle estivesse dançando pelado em cima daquele tablado.

e não, ele não estava.

pra começar, nem pelado ele estava, só usava uma cueca boxer escura que não mostrava nada que não pudesse ser mostrado. além do mais, a apresentação da dupla foi a única que atraiu a atenção de todo mundo, sem uma única exceção.

mesmo park jisung se xingando de mil nomes diferente vendo todos aqueles olhares no corpo do garoto sorridente ao seu lado, pouco se importando com o quão irritado jisung de repente parecia.

o menorzinho estava tão animado que até sua irritação passou, o seguindo meio correndo até o banheiro e sorrindo fechado quando o garoto se sentou na pia, já retirando parte da tinta.

era o mesmo sorriso que ele viu uma vez só: sorriso de quem faz coisa errada o tempo todo, mas adora ser desmascarado.

- isso foi incrível! – comemorou o chinês, ignorando completamente a possibilidade gigantesca de levarem um zero depois de todo o o esforço em desenharem o corpo do garoto – você viu a cara dele? ele estava tão impressionado e horrorizado que nem sabia como reagir. e você passar a mão no meu corpo pra indicar os ossos... park jisung, você é um gênio incompreendido, não é?

e não, ele não era.

a verdade é que o garoto de cabelos laranjas estava se xingando desde ontem de noite, quando chenle se aconchegou na sua cama com uma camiseta do park que ficava muito grande no seu corpo e virou de costas pra si. jisung, como o maldito virgem que era, virou para o ouro lado e fingiu dormir, mesmo tendo ficado acordado por mais duas horas.

com certeza lucas já tinha dormido de conchinha com chenle centenas de vezes.

com certeza os beijos deles eram melhores do que selinhos demorados na beiradinha de uma ponte.

aquilo lá na sala – a mão boba, os apertos, cada passo que aproximava mais os dois – foi só uma tentativa falha de compensar sua falta de iniciativa na noite anterior. e também para cobrir os olhares desconfortáveis na direção do rapaz.

- chonlo.

chenle tossiu, tirando os olhos do próprio braço que esfregava com álcool para os fixar nos de jisung.

jisung bv que chegava perto assim, em um transe gostoso, e sussurrava seu nome como se, de repente, fosse sua palavra favorita do mundo.

jisung, assim, sendo um garoto de verdade.

- eu posso te beijar dessa vez? – questionou, a respiração fresquinha de quem escovou os dentes logo depois de acordar batendo no rosto de chenle e espalhando aquela corrente elétrica que ele só sentiu quando se apaixonou pela pessoa errada – de verdade dessa vez?

- você é que vai me beijar de verdade? – tentou zombar, arrogante, mas sua voz saiu mais como um apelo – você é mesmo muito, muito, engraçado, park.

- uhum, eu sou.

ele queria avançar. meu deus, ele queria desesperadamente avançar.

mas também queria continuar parado, observando a boca entreaberta com uma respiração pesada – quase descompassada – com um desenho bonito. sem nenhuma preocupação de chenle perceber que ele observava, porque sabia que a sua estava sendo observada também.

foi chenle quem cobriu a distância meio bruto, porque era impaciente demais para esperar o coreano decidir o que queria fazer.

e aquele beijo não teve nada a ver com o beijo anterior.

kids; chensungWhere stories live. Discover now