Acho que vai ser uma noite e tanto.

[...]

Paramos no estacionamento do restaurante e antes que eu conseguisse perguntar qualquer coisa Dominic já estava cheirando o meu pescoço. Arrepios e sensações de prazer me abraçaram no mesmo instante. Que delícia!

Se ele lamber novamente a minha orelha, juro que não vou me controlar dentro desse carro.

— Os pombinhos nem jantaram ainda e já estão indo comer a sobremesa? Que isso casal!

Convencido, palhaço e divertido... Caio Tavares tem várias qualidades.

— Filho da puta. – Dominic e sua boca suja de sempre.

— Vamos, estou faminta. – digo e recebo um olhar cheio de intenções indecentes.

— Posso resolver isso agora mesmo.

— Nem pense nisso moço, pode abotoar essa calça agora mesmo. Estou me referindo a comida que vem servida no prato.

— Se esse for o problema, posso me deitar na mesa e você estará servida.

Deus, como que faz pra manter o controle depois de escutar isso?

— Vocês vem ou não? – dessa vez é a loira quem chama.

— Da pra acreditar, algumas horas de convivência com o Caio e ela já virou uma empata foda igual a ele?

— Não fala assim da moça. – reclamo.

Saímos do carro e já podemos escutar as risadinhas do casal empata foda.

— Boa noite Dr. Dominic.

— Hoje não tem formalidades Bruna, estamos como amigos aqui.

— Certo.

— Essa é Mariana, minha... – interrompi.

— Amiga. Prazer! – ele me olha e sorrir. Se olhar matasse eu estava mortinha da silva.

Calma moço, vamos com muita calma nessa história. Não vou me foder duas vezes.

— Afinal, que lugar é esse Caio?

Analiso o local visualmente e nunca tinha notado que ele existia. Parece meio escondido. Talvez tenha coisas inapropriadas lá dentro.

— Deixa de frescura cara, você achou mesmo que eu ia convidar essas belezuras pra jantar meia grama de salada e escutar o blá blá blá daquele povo sem graça, num restaurante cheio de gente metida?

Caio Tavares parece não ter filtro também. Esses homens são todos descontrolados e impacientes. Mas isso parece que vai ser divertido e eu gostei do lugar.

— Você não tem jeito. – acho que alguém aqui não curtiu muito a ideia.

— Não vejo problema algum, aqui parece ser animado. – digo.

— Concordo com Mariana. Vamos, vai ser legal.

— É rapunzel, vai ser legal.

Esse apelido eu nunca escutei, mas parece que deixou Dominic ainda mais puto.

Depois de muitas brincadeiras rolando, entramos de vez no bendito restaurante e de cara já gostei do lugar. É animado, tem bastante gente conversando e algumas mulheres param pra babar os dois exibidos aqui.

— Mas é muito metido esse Caio viu.

— Vou nem falar da Rapunzel aqui.

— Do que vocês estão rindo? – Caio pergunta. Eu falo ou vocês?

— Nada. – digo.

— Nadinha mesmo.

[...]

O jantar estava uma delícia, se eu não estivesse satisfeita comeria muito mais daquele estrogonofe. Sem dúvidas aquilo é algo preparado pelos deuses. Eu estava devorando uma sobremesa de chocolate quando uma música romântica começou a tocar. Nem tinha percebido que aqui tem um pequeno palco, microfone e tudo o que precisam para fazer um show.

Caio não perdeu tempo e logo puxou a loira sensual pra dançar. É engraçado ver a mulher toda sem jeito retirando a sua mão indecente que insiste em ficar grudada na sua bunda. Descarado, sem vergonha.

— Vai ficar só olhando Mariana? – Dominic oferece a sua mão.

— Melhor não. – recuso.

— Sua bunda deve estar doendo de ficar sentada tanto tempo. Vamos, não se faça de difícil. É só uma dança.

— É, pode ser.

Rumo a foder o juízo aí vou eu.

Me aconchego nos seus braços e colo o meu rosto no seu, apesar de Dominic ser mais alto que eu. Sigo os seus passos de acordo com o ritmo da canção. A letra e linda e com ele cantando baixinho no meu ouvido só melhora.

(Djavan - Oceano)

Suas mãos me apertam e minha calcinha só fica mais pesada. Seu balanço me seduz e a sua respiração quente no meu pescoço, como é bom sentir isso.

— Lembra de quando a gente fugia a noite pra dançar no quiosque lá perto da praia? A sua mãe fazia de tudo pra ninguém flagrar você pulando a janela.

— Lembro, e lembro mais ainda o dia em que você quase quebrou o braço quando o despertador não tocou e você quase foi pego na minha cama. Nunca vi ninguém pular daquele jeito de uma janela.

— Valeu a pena. Tivemos uma noite incrível de amor.

— Loucos e apaixonados. – digo.

— Eternamente, loucos e apaixonados.

É tão inevitável ignorar esses olhos de safira me hipnotizando, nossa. Seus corpo queima e a sua boca me chama de um jeito safado que só ele faz e eu vou.

Tudo a nossa volta parecia ter sumido, era como se tivesse somente nós dois naquele lugar.

Me senti tão dele que sequer conseguia raciocinar, suas mãos puxava o meu cabelo com força e eu gostava daquilo. De força, com força.

— No andar de cima tem quartos é só alugar uma chave e foder a noite toda.

Caio é, de fato, o empata foda que Dominic disse.

— Agora entendi a escolha do lugar, seu safado. – diz Bruna, dando um soco no ombro do moreno.

— É como diz o ditado, dois coelhos numa cajadada só. Agilidade é essencial.

— Nunca escutei esse ditado.

— Está escutando agora, pronto.

— Já volto. – Dom some no meio das pessoas e já até sei aonde foi.

— Acho que alguém aqui vai visitar o andar de cima.

— Acho que você também vai, até porque foi o Caio quem escolheu esse restaurante, karaokê e meio motel maluco.

— Boa sorte pra você Mariana.

Acho que eu preciso de controle, isso sim.

— Pra você também Bruna.

Rimos muito, sem saber o motivo, acho que o álcool das bebidas estão fazendo efeito. Os meninos voltam e mostram as chaves.

— Dezoito. – diz Dominic.

— Vinte. – diz Caio mostrando a chave.

É, vai ser uma longa noite.

——————————————————
Boa leitura.
Beijos, Jaqueline Carvalho.


UM AMOR PARA ETERNIDADEWhere stories live. Discover now