T3 C7: Parasita

34 11 0
                                    

Aldous e Giselle usufruíram do rádio a longa distância para contatar Walter, ainda sumido. Aldous agora estava na tentativa, com os pés sobre o balcão da biblioteca e rodando o chapéu de caubói em mãos.

– Walter, tá me ouvindo? - pergunta, já impaciente pela nona tentativa.

– Ele vai contatar. - ela afirma, fixada no piso e roendo a unha.

– Eu sei que vai. A questão é quando. - deixou o chapéu no balcão e batuca os dedos na madeira.


WALTER

Walter, tá na escuta? Câmbio.

Parou na beira do precipício. Brilhou os olhos pela paisagem que vira. A ofegância tomava conta pela longa caminhada, mas que no fim valeu a pena. Puxou o rádio.

– Consegui. Eu encontrei. Preciso desligar. - solta o botão.

A paisagem do qual olhava eram dois navios cargueiros encalhados na areia, entre eles havia a passagem de piso de madeira. Mais ao fundo havia outro navio, este derrubado e quase enterrado pelo areia e neve, e os contêineres espalhados na mesma situação. Viasse pequenos pontos andando nos navios e a vinda e saída de carros.

O homem pois se a descer o precipício por trás, esgueirando-se nos arbustos pontudos a estrada dos quais saíam os carros vindos do navio. Walter avistou um caminhão ser descarregado na entrada do lugar, ele saiu dos arbustos e correu para a fileira de descarregamento.

Um homem jogara uma caixa de tomates à Walter, o mesmo parou e analisou o indivíduo, com o cenho franzido.

– Te conheço?

– Não, muito menos eu. Deve ser porquê cheguei ontem. - inventa.

Sem muita opção, o homem permite que Walter leve a caixa.

– Pode me dizer pra onde levar? Só me mandaram fazer isso.

– Pro navio T. - aponta para o gigante ao lado com a letra desgastada na bochecha.

Walter segue ao navio com certo receio, sempre encarando de canto os que passavam, passou pela ponte para adentrar o porão. Ficou boquiaberto quando deu seu primeiro passo lá dentro. O interior tinha luminosidade amarelada das lamparinas, cortinas que separavam quartos, barris amontoados ao fundo, um espaço no centro do qual dava para a escada e uma mesa sob a mesma onde eram depositadas as caixas.

Depositou os tomates na mesa e percorreu o olhar surpreso por todo o lugar. Um navio, coisa que nunca achara que veria novamente, cheio de pessoas era uma grande surpresa, mas também um mau sinal. Aproveitou e pegou uma garrafa de vinho lacrada de uma das caixas.

Deixou o porão e subiu para o convés composto por contêineres usados como quartos, outros como estoque e várias diversidades. Ergueu o olhar para a meia-nau. Do jeito mais clichê, era ali que o líder possivelmente se habitava pela boa vista de ambos os lados. Walter passou pelos outros como se não quisesse nada, subiu e entrou no corredor limpo e cheio de portas.

Um homem loiro surgiu da ultima porta. Era Derick, o mesmo homem que vira antes na comunidade devastada. Quando Derick chegou próximo, trocaram olhares.

– Vai me deixar passar ou o quê?

– Desculpa. - libera caminho.

O Outro MundoWhere stories live. Discover now