T3 C1: Oportuno

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Foram as batidas na porta que acordaram Aldous de seu sono profundo. Abriu os olhos e os esfregou, viajando-os pelo quarto. As batidas continuaram.

– Aldous! - escutou a voz abafada.

Descalço, ele levantou e caminhou até as escadas. Na descida ele viu a alta sombra atrás do vidro da porta. Atendeu a porta antes que o mesmo batesse novamente.

– Aldous... Te acordei? - Thomas percebeu o estado do amigo.

– Imagina. - zombou, bocejando. – Que horas são?

– 11h36.

– Jesus! Eu dormi tanto assim?

– Você sempre acorda tarde. Escuta. O conselho vai começar uma reunião em 10 minutos...

– Já entendi. Eu vou me trocar.

– Certo. Não demore. - se afastou, descendo a varanda.

[...]

No primeiro andar da biblioteca, especificamente no centro entre todas as estantes, se encontrava Giselle, Thomas e mais três pessoas.

O quinteto esperava pelo último integrante. Giselle batucava os dedos na mesa enquanto olhava para a cadeira vazia a sua esquerda. Seus olhos foram direto para Thomas que retribuiu com um sorriso forçado.

– Bem. - Giselle entrelaçou os dedos –, vamos começar.

A porta bateu. No fundo Aldous se aproximava.

– Oi. - sorriu amarelo ao sair das sombras. – Desculpa o atraso. - sentou. – Não vai se repetir.

– Assim espero. - sorriu. – Enfim, vamos começar. Convoquei a reunião devido a falta de organização que tivemos nesses últimos meses em Stopiwch. Depois do Marlakey tivemos grandes problemas com a organização de estoques e até mesmo sociais.

– Isso já era óbvio. - o homem sentado a direita comentou. Ruivo, pele clara, cabelos longos, sardas que dominavam o rosto, olhos verdes e com uns 25 à 28 anos aparente. – Mesmo do nosso lado, muitos ainda sim, discordam do novo modo de vida. Alguns estão até se revoltando. Geoffrey me disse que a contagem do estoque diminuiu drasticamente essa semana. É óbvio que estão roubando... Isso tá ficando pior a cada dia.

– Acha que mais uma revolução possa ocorrer? - a jovem a sua frente questionou.

– Eu tenho certeza.

– É por isso que temos de arranjar um jeito de controlar isso tudo. - Thomas afirmou.

– Sim, mas não quero estabelecer limites assim como era antes. - Giselle retrucou – Do que adianta nos revoltarmos, se teremos de agir com o mesmo regime do Marlakey?

– Que tal as tumbas? - Aldous opinou. Todos viraram para ele. – Olha, se não tão aceitando uma sociedade igualitária... A gente prende. Quer dizer, não é por isso que a Carla ainda tá lá?

– Sabe que estou tentando evitar colocá-los lá, Aldous...

– É, mas que outra opção você tem? A não ser que...

O Outro MundoWhere stories live. Discover now