Estava em silêncio esperado o que meu irmão ia me dizer depois que contei a ele os acontecimentos da noite passada. Estávamos sentados no escritório do meu irmão em sua casa enquanto eu narrava a ele cada detalhe da noite. Bia tinha tentado me beijar e eu estava tentado demais a ceder.
Eu queria ceder. E isso fazia com que eu me sentisse o pior homem da face da terra. Onde estava a minha honra?
Eu não estava me reconhecendo. Meus pensamentos estavam embaralhados e tudo em meu peito parecia confuso.
De certa forma me arrependia de ter desistido. Meu coração se arrependia, mas minha cabeça insistia em dizer que havia feito o certo. Eles deviam ao menos entrar em consenso.
Eu queria poder voltar no tempo e não ter pedido a Maala em casamento. Não... não, eu queria voltar no tempo e não ter ido a aquela praia. Tudo estava bem até aqueles olhos invadirem a minha mente.
Eu ficaria com meu irmão um tempo e depois ganharia a minha família onde seguiríamos todas as tradições do meu país. Era um plano tão simples.
― Você tem certeza que quer mesmo casar com a Maala? ― Ravi perguntou como se uma negativa fosse resolver todos os meus problemas.
― Arê, eu tomei uma decisão. Pedi a Maala em casamento, não posso desistir agora, isso seria injusto com ela, seria humilhante.
Meu irmão suspirou.
― Se eu fizesse isso, você sabe que ela não teria mais nenhuma opção, eu jamais faria com que ela sofresse dessa forma. Mas...
Fiquei em silêncio.
― Mas... ― Meu irmão ergueu a sobrancelha para mim me incentivando a falar o que eu não queria admitir.
― Eu não sei... eu ― suspirei ― os lábios dela ali tão perto dos meus, nós dois queríamos aquilo. Eu queria, irmão! E era tão errado e tão certo ao mesmo tempo...
― Você beijou ela? ― Sam entrou de supetão no escritório. ― Eu não acredito que você fez isso, Raji! ― gritou!
― Eu não...
― Você não MESMO! Você não ouve ninguém! ― disparou antes que eu tivesse a chance de me defender agarrado uma caneta que estava na mesa do meu irmão e jogando em mim em seguida.
Felizmente foi uma caneta.
― Eu disse a você um milhão de vezes que não devia brincar com fogo! E agora, hein, sabichão, o que você vai fazer?
― Sam ― Ravi chamou a esposa ― não é...
― Claro que é preciso! Esse anta! ― grunhiu ― Raji eu... ― Sam virou de costas completamente irada comigo.
Samara não falou mais nada permaneceu de costas controlado a respiração. Eu estava cansado de ser tratado como uma criança por ela. Como se eu não fosse responsável pelas minhas ações. Como se ela tivesse que, o tempo inteiro, me falar o que eu devia ou não fazer.
Arê, eu já era bem crescidinho.
― Você consegue perceber ao menos o quanto está sendo egoísta, Raji? ― perguntou ainda de costas para mim. As mãos espalmadas na mesa do meu irmão como se estivesse sustentando o peso do seu corpo ― Você não vai apenas magoar a si mesmo ― minha cunhada mudou de posição, desta vez estava bem de frente para mim como se quisesse testar a minha reação ― Vai arrastar junto com você a Bia, o Mateus e a Maala.
Eu ri pelo nariz balançando a cabeça.
― Arebaguandi, quer falar sobre egoísmo? Vamos lá então! ― abri os braços ― Você por acaso está pensando a felicidade de quem insistindo tanto nesse casamento? ― questionei.
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Tradicional Essência [Degustação]
RomanceRaji, um talentoso perfumista, descobriu que não nasceu para o amor. Depois de duas decepções amorosas, sendo obrigado a assistir a vida de todas as pessoas que amava seguindo em frente, decidiu que a única coisa que precisava era arrumar um casame...