Capítulo 9

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A segunda foi preguiçosa.

Ravi queria porque queria me levar para sair, mas eu realmente queria ficar em casa. Em parte porque precisava descansar, por outro lado tinha medo de sair e acabar encontrando a dona dos olhos que me fizeram sonhar a noite passada.

Aproveitei bastante desse tempo para brincar com Amisha. Ela parecia uma pequena mocinha fit quando deitava de bruços tentando impulsionar os braços e pernas como se estivesse fazendo miniflexões. Sam vivia lendo artigos que instruíssem os pais quanto à realização dos estímulos adequados para cada período da criança. Ás vezes conversava com a filha fazendo aquela vozinha de criança, mas sobre temas sérios, como se ela fosse uma adulta. Eu achava engraçado. Minha cunhada costumava dizer que não esconderia o mundo da filha, que, de acordo com sua idade, explicaria a ela como as pessoas podem ser cruéis, mas que a ensinaria que independente das pessoas, fazer sua parte para que o mundo fosse um lugar melhor.

Eu admirava ainda mais Sam por essas coisas.

No fim da noite, quando meu irmão chegou surpreendentemente sozinho, disse que amanhã iriamos ao Jardim Botânico do Rio. Ele disse que eu iria amar, pois encontraria as mais diversas flores que poderiam me inspirar a criar novas fragrâncias.

Não restavam dúvidas que mamadi havia falado com ele.

No dia seguinte acordamos cedo. Ravi disse que eu deveria ir com algumas das roupas que ele havia comprado pra mim, mas não me sentia confortável com elas. Acabei usando uma das minhas habituais roupas, mas escolhi uma cor leve. Ele insistiu tanto no tênis que acabei cedendo, disse que eu iria andar bastante e que precisaria estar calçado confortavelmente.

Estranhei o nervoso de meu irmão quando saí do quarto. Estava com o celular no ouvido distribuindo humrum a torto e a esquerda com sua habitual cara de mal humor. Sam ainda não estava na sala, o que estranhei. Assim que Ravi desligou o telefone me explicou o que estava acontecendo. Amisha estava febril e tinha uma situação emergencial no hotel para resolver... Havia dado folga a Alfonso que já tinha acertado com Alice que ficaria em casa com Henrique para que ela e Alana tivessem um dia sem o bebê. O que era uma boa ideia.

― Não tem problema, irmão ― garanti sentando á mesa onde o café da manhã estava servido ― posso ir trabalhar com você e outro dia saímos. Temos tempo.

― Não mesmo, Raji ― respondeu passando patê em uma fatia de torrada ― Já acertei tudo com Alice. Ela ia levar á pequena à praia, mas garantiu que não se importava em mudar os planos, você vai com elas ao Jardim Botânico.

Tentei protestar, mas não houve acordo, eu ia ao jardim com Alice custasse o que custasse. Eu sabia que tudo estava colaborando para que a ideia inicial de meu irmão desse certo, eu teria a oportunidade de ter uma conversa com Alice.

Não escaparia disso.

Não escaparia disso

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