21 - Are you in love?

951 65 115
                                    

N/A: FOTO DO CAPÍTULO DE HOJE - Julia e Phoebe ❤️

JULIA POV

Eu nunca fui insegura, tanto que eu fugi de Glasgow sem dar a mínima para o que ia acontecer comigo, mas ao conhecer Mary eu me senti... inferior a ela.

Eu me sinto tão idiota por pensar nisso.

De fato eu não sabia denominar o que eu e Freddie tínhamos, a gente gostava da companhia um do outro, ríamos juntos, conversávamos muito, nos beijávamos as vezes, dormíamos juntos apesar de nunca ter avançado para outra fase... eu  sentia mil borboletas no meu estômago ao falar com ele, ao lembrar dos beijos dele.

Pare de pensar nele pelo menos por um minuto, Julia!

Eu já havia acordado há um bom tempo, mas a minha maldita insegurança estava me mantendo dentro do quarto de hóspedes. Me olhava no reflexo do espelho, meus lábios forçados em um sorriso sem mostrar os dentes, meu cabelo estava levemente ondulado e as minhas sardas abaixo dos olhos pareciam mais escuras, elas sempre ficavam assim durante a primavera.

Eu quase conseguia ver a imagem da minha mãe atrás de mim, com as mãos em meus cabelos e a voz fina dela falando "Eu já falei para você não ficar no sol! Essas pintas pioram cada vez mais!", eu nunca tive problemas com as minhas sardas, mas de repente aquilo parecia me incomodar.

Pelo amor de Deus Julia, seja racional.

Balancei minha cabeça na tentativa de afastar as lembranças de minha mãe e seus comentários que eram quase sempre desnecessários a qualquer um. Abracei meus braços em torno do meu tronco e sorri de forma mais sincera para o meu reflexo quando avistei sobre a cama ainda bagunçada o Oscar sonolento e Tiffany ressonando.

Eu amava ter eles como companhia, desde o início, tanto que eles eram um dos motivos pelos quais eu não desisti de aturar o temperamento de Freddie - irônico quase três semanas depois eu me sentir tão atraída por ele e morar debaixo do mesmo teto que ele -, e agora ainda teria Phoebe comigo enquanto ele não estivesse com Freddie - o que era estranho pois ele quase sempre estava atrás de mim como uma sombra -, e claro os Deacon, Brian e Chrissie e o solitário Rog eram parte indispensável de eu estar tão feliz e em paz.

Talvez todo aquele drama com Cameron fosse necessário, olhando para minha vida de agora eu realmente não me via em outro lugar que não esse, trabalhando com os meninos, morando em Londres...

Tão cedo mas eu já estou sendo tão clichê.

Era para ser desde o início e isso de certa forma me confortava de uma maneira sem igual.

Uma coisa que chamava atenção - apesar de muito delicada - era o pingente de filigrana que Freddie me deu na noite do incidente de Düsseldorf. Aquela pequena flor com o centro dourado e as pétalas prateadas parecia reluzir mais que o normal. Ela era tão delicada, a fina corrente de prata que envolvia meu pescoço deixava a pequena flor pendendo de forma graciosa.

Tentava desafogar em meio a tantas lembranças daquele dia o nome da flor, mas minha memória estava me traindo. Suspirei lentamente ainda buscando a coragem para sair do quarto quando o telefone começou a tocar.

Conhecendo Freddie eu sabia que ele nunca iria levantar do precioso sono dele eu sabia que eu teria que atender a ligação.

Abri a porta do quarto e sai na ponta dos pés do quarto de hóspedes, assim que passei pela porta do quarto de Freddie não pude deixar de notar que a porta estava entreaberta.

Foco no telefone.

Algo inevitável também era a lembrança da primeira vez que eu acordei em Stafford Terrace e meu tombo ao final da escada - o que me fez descer a escada com a mão grudada ao corrimão -. Após descer as escadas eu corri em direção ao telefone que ficava em uma mesa de apoio ao lado de uma das poltronas da sala, me joguei na poltrona e ainda um pouco ofegante eu atendi o telefone.

Somebody To LoveOù les histoires vivent. Découvrez maintenant