FATALIDADE DO DESTINO .

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Eu estava no hospital com Tio Thomas e Jenni,  Tia Martha ficou com Alice,  ela teimou que queria vir , mais não permiti , hospitais não eram locais para crianças como ela , exceto se estivesse doente e graças a Deus não era o caso , enquanto eu pudesse manter minha irmã longe de qualquer dor eu o faria .

Minha amiga chegou cinco minutos após eu receber a notícia,  Tio Thomas então trouxe nós duas até o hospital , quando chegamos demos o nome dos meus pais e eles pediram que esperassemos aqui na recepção ,  isso foi a meia hora atrás , eu geralmente era uma pessoa muito paciente ,  porém eu estava ansiosa , eu queria notícias,  precisava saber de alguma coisa , nem mesmo quando eu tive o câncer me senti tão sozinha ,  meus pais eram meu alicerce , eu não saberia o que fazer sem eles .

- Familiares de Eva e Marcos Montero - um médico de porte médio,  cabelos grisalhos nos chama com uma prancheta,  ele estava usando um óculos de grau , provavelmente forte já que seu olho era bem pequeno na lente .

- Somos nós- digo , eu já não estava aguentando mais de ansiedade .

Ele me olha com pesar e nesse exato instante eu sinto minha espinha gelar.
Então ele se dirige para Tio Thomas e começa a falar .

- Eu sinto muito , fizemos tudo o que estava ao nosso alcance , os pacientes não resistiram.

Não queria ouvir mais nada , eu senti meus joelhos irem de encontro ao piso do hospital , só que dessa vez eu não estava ajoelhada orando como muitas outras vezes mais sim de tristeza , choque , eu não queria acreditar na realidade,  mais se há algo que eu aprendi com hospitais é que eles nunca mentem .
Meus pais estavam mortos , eles a vida toda lutaram para não me perder e para proteger minha irmã e nesse exato momento quem estava nos deixando eram eles .
Porque ? Eu queria entender , eu sabia que era uma fatalidade ,  mais porque tinha que doer tanto ?
Jenni ficou de joelhos junto comigo,  me abraçando , ela não disse nada , sabia que não adiantaria , mais só de sentir seu abraço,  aquilo me confortava.
Ouvi tio Thomas perguntando quando os corpos iriam ser liberados para o enterro , eu queria poder ter uma última imagem deles antes de ver seus corpos em um caixão , mais sabia que não seria permitido .
Eu estava sentindo uma dor enorme,  nenhum tratamento , corte , quimioterapia , nem mesmo quando eu vi meus cabelos caírem doeu tanto quanto estava doendo agora .

O que eu faria ? Eu tinha apenas dezessete anos , quase dezoito , estava prestes a me tornar madre e tinha uma irmã de doze anos que precisaria de mim .
Oh Deus,  me ajude senhor , de tantas provações que o senhor me sustentou , me ajude nessa agora .
O que Deus deu , Deus retirou,  eu estava triste , deprimida,  mais não inconformada , eu amava demais a Deus para isso e se aconteceu é porque tem algum propósito,  não foi em vão.

Sinto uma leve tontura e então tudo fica preto , meus olhos pesam e tudo o que escuto é a voz de meu tio me chamando.

Gente , esse foi curtinho , primeiro porque é um momento de muito sofrimento ,só quem perdeu que sabe como  e segundo porque eu chorando muito com esse capítulo e sentindo toda a dor de Lexi .
Beijos até o próximo.

RENASCENDO EM VOCÊ. Where stories live. Discover now